Ninguém desconhece o prestígio do ex-deputado Paulo Ferreira junto às escolas de samba do Rio Grande do Sul. Seu nome já apareceu na bandeira de uma delas e outra chegou mesmo a compor um samba-enredo para ele. Ferreira é reconhecido como um mecenas do samba, por intermediar recursos para diversas escolas da Capital e do interior do Estado. Ontem, porém, o ex-parlamentar e ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores teve sua prisão preventiva decretada – embora já estivesse encarcerado desde o dia 24 de junho – sob a acusação de auferir vantagens indevidas de contratos públicos na esfera federal, especialmente na Petrobras. Segundo o Ministério Público, há "contundente demonstração" de que ele recebeu, por intermédio de operações de lavagem, valores das empresas integrantes de um consórcio de empreiteiras que participavam de obras no Centro de Pesquisas da Petrobras. E o dinheiro oriundo da propina, conforme o MP, foi repassado para uma madrinha de bateria, para um cantor de escola e para os próprios filhos do ex-deputado.
Editorial