Triste sina a da presidente Dilma Rousseff, que para se manter no poder precisa rifar um ministro como Arthur Chioro para oferecer o Ministério da Saúde a um deputado do insaciável PMDB. Fragilizada, Dilma paga um preço alto para se manter no poder, sem ter garantia de quanto tempo durará o oxigênio.
Dilma demite ministro da Saúde por telefone e acelera reforma
O apoio popular que poderia conquistar reduzindo o número de ministérios se esvai diante da indecisão e da mensagem subliminar de que não está fazendo uma reforma, mas distribuindo cargos ao melhor estilo toma-lá-dá-cá.
Chioro foi demitido por telefone. Os relatos vazados em Brasília são de que a presidente estaria irritada com as declarações dele de que sairia para facilitar o acordo com o PMDB. Essa antecipação deu origem ao movimento #FicaChioro, ampliando o constrangimento no Palácio do Planalto. A demora em anunciar as mudanças abriu uma crise com o PT, que resiste em entregar poder e se considera alijado das decisões.
Dilma deve esperar apreciação de vetos para definir reforma ministerial
Outro fato que está desgastando Dilma e tende a abalar ainda mais sua credibilidade é a especulação de que planeja desmontar um dos poucos órgãos que funcionam de forma adequada, a Controladoria-Geral da União. A retirada do status de ministério enfraqueceria a função de controle e fiscalização das contas públicas. Associações nacionais de Tribunais de Contas, Ministério Público de Contas e Auditores Fiscais divulgaram nota conjunta externando sua preocupação com o risco de esvaziamento da CGU.
O próprio ministro Jorge Hage encaminhou carta aos servidores do órgão, dizendo que jamais imaginou algum dia "precisar escrever uma manifestação contra a destruição da CGU pelo próprio governo que a criou em seu modelo atual".
Hage condena a proposta de desmembrar a CGU e distribuir suas atribuições entre os ministérios da Justiça, da Casa Civil e da Cidadania (a ser criado).
"Sem o status ministerial, será impossível à Controladoria cumprir várias de suas funções, a começar pelas auditorias, que tanto incomodam alguns dirigentes, como vocês bem sabem, o que não se sustentará sem que esteja à frente do órgão alguém com o mesmo nível hierárquico dos demais ministros", diz a carta.
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