
Familiares e amigos de Katchucia Drielle Moesch Flores, 29 anos, buscam esclarecer a as circunstâncias da morte da gaúcha, natural de São Sebastião do Caí, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A jovem sofreu um acidente de carro no Estado de Punjabi, na Índia, no domingo (23), segundo autoridades locais. Além disso, a família busca ajuda para trazer o corpo da jovem de volta ao Brasil.
A mãe de Katchucia, Rejane Terezinha Moesch, 61 anos, conta que ainda não sabe como vai trazer o corpo da filha de volta a Novo Hamburgo, onde mora a família.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirma que "o translado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos" (leia a íntegra abaixo).
A família estima que o procedimento custará R$ 150 mil e lançou uma campanha de arrecadação pela internet para tentar arrecadar este valor.
— Nós queremos trazer o corpo para cá, para as crianças (filhos de Katchucia) poderem quebrar esse ciclo, se despedirem oficialmente da mãe. Se eu conto pra eles hoje, daí eles vão ficar imaginando que a mamãe pode vir a qualquer momento, entendeu? — explica Rejane.
Katchucia era esteticista de profissão e tinha quatro filhos, com idades entre dois e 15 anos.
Família questiona acidente
Rejane explica também que a família questiona o acidente e acredita que a jovem possa ter sido vítima de um crime.
— Foi o assassinato seguido de um acidente, na minha opinião. Mas como é que eu vou provar isso hoje? Não tem como — afirma a mãe da jovem.
Segundo informações das autoridades da região, Katchucia estaria em um carro junto do marido, um indiano, e o motorista quando o veículo colidiu com um caminhão. Eles estavam a caminho do aeroporto onde Katchucia embarcaria para o Brasil. As outras duas pessoas não ficaram feridas no acidente.
De acordo com Rejane, a filha viajou em setembro para conhecer pessoalmente o homem, com quem se relacionava virtualmente desde 2023. O plano era voltar em dezembro, mas a filha relatou que foi forçada a ficar.
Rejane afirma que a jovem relatava agressões e ameaças de morte caso não se casasse com o homem. Segundo a mãe, Katchucia se casou contra a vontade para que fosse liberada para voltar ao Brasil.
— Era um sonho, ele implantou na mente dela o casamento perfeito (...) Ela nunca acreditou na maldade das pessoas, sempre sofreu com isso, sempre foi muito coração — finaliza.
Nota do Itamaraty
A Embaixada do Brasil em Nova Délhi está ciente do caso e permanece em contato com os familiares da brasileira, a quem presta assistência consular, e com as autoridades locais.
Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais.
O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017.
Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.