
Como boa parte dos porto-alegrenses, fui privada do abastecimento de energia elétrica, em minha casa, na noite de segunda-feira (31), por causa do temporal que atingiu parte do Rio Grande do Sul. Felizmente, pude acompanhar a aguardada estreia de Vale Tudo diretamente de um evento para convidados no Shopping Praia de Belas, na Capital, promovido pelo Grupo RBS.
Desde as primeiras cenas, a trama reescrita por Manuela Dias esbanjou nostalgia ao ser fiel ao roteiro — de Gilberto Braga (1945 — 2021), Aguinaldo Silva e Leonor Bassères (1926 — 2004) — exibido originalmente em 1988. A autora do remake manteve exatamente as mesmas sequências da primeira versão e, praticamente, os mesmo diálogos.
O debate sobre ética entre Maria de Fátima (Bella Campos), o avô Salvador (Antônio Pitanga), e a mãe, Raquel (Taís Araujo), foi fidedigno ao texto original e não poderia ser diferente, já que vai conduzir a trama. Gostei do entrosamento em cena das duas atrizes, o que contradiz as péssimas línguas que criticavam o desempenho de Bella Campos mesmo antes de a novela estrear. A jovem artista imprime em Maria de Fátima um tom ousado e condizente com os dias atuais. Já Taís empresta seu carisma para Raquel, cotadíssima para roubar o coração dos noveleiros novamente.
Outro destaque impactante foi a briga que culminou no fim da união entre Raquel e Rubinho (Júlio Andrade). As mágoas e a agressão não passaram em brancas nuvens, e o talento de Taís e Júlio emocionou. Sequência visceral e digna de Vale Tudo.
Por último, mas não menos importante: palmas para a química de milhões nas cenas dos pilantras Fátima e César (Cauã Reymond). Aliás, Cauã tirou o fôlego dos espectadores com sua beleza e seu trabalho envolventes: o ator namora com a câmera perfeitamente e fica quase impossível desgrudar os olhos dele.