A China está pronta para desempenhar um "papel construtivo" para acabar com o conflito na Ucrânia, mas apoia a Rússia na defesa de seus "interesses", afirmou nesta terça-feira (1º) o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, à agência estatal russa Ria Novosti.
Posteriormente, durante um encontro com seu homólogo russo Serguei Lavrov em Moscou, Wang afirmou que Pequim trabalhará com a Rússia para contribuir para "a paz".
O chanceler também destacou que a cooperação com Moscou "será renovada, sem dúvida, com nova vitalidade e avançará para uma nova fase".
Lavrov expressou satisfação ao destacar que as relações entre os dois países alcançaram "um novo nível" e afirmou que continuarão se desenvolvendo "em todos os âmbitos".
Wang Yi visita Moscou nesta semana e, segundo o Kremlin, deve ter uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin.
Na entrevista para a Ria Novosti, Wang declarou que "a China está pronta, levando em consideração as aspirações das partes envolvidas, para desempenhar um papel construtivo na solução" do conflito.
Pequim e Moscou intensificaram, nos últimos anos, a cooperação econômica e os contatos diplomáticos, uma aliança estratégica que se tornou mais próxima desde a invasão russa da Ucrânia no início de 2022.
A China se apresenta como um país neutro no conflito e afirma que não envia assistência letal a nenhuma das partes, ao contrário dos Estados Unidos e de outros países ocidentais. Mas é um aliado político e econômico da Rússia. A Otan considera Pequim um "facilitador decisivo" da guerra, que nunca condenou.
"Trabalharemos juntos para fazer novas contribuições à causa da paz e do desenvolvimento humano", declarou Wang durante sua reunião com Lavrov.
O presidente americano, Donald Trump, pressiona para obter o fim do conflito, mas não conseguiu avançar em suas negociações com as duas partes.
Putin rejeitou um plano conjunto dos Estados Unidos e da Ucrânia para um cessar-fogo de 30 dias e sugeriu remover o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, do cargo como parte do processo de paz.
* AFP