
O Vaticano informou, nesta terça-feira (18), que o papa Francisco foi diagnosticado com pneumonia bilateral, que afeta os dois pulmões.
O Pontífice de 88 anos, que está internado desde sexta (14) em Roma, passou por exames laboratoriais. Conforme o comunicado, a radiografia do tórax e a condição clínica de Francisco continuam a apresentar um quadro complexo.
Segundo o Vaticano, a infecção polimicrobiana exigiu o uso de antibioticoterapia com cortisona. A medida "torna o tratamento terapêutico mais complexo", diz o texto.
Ainda de acordo com o Vaticano, o Papa "está de bom humor".
"Esta manhã, recebeu a Eucaristia e, durante o dia, alternou o repouso com a oração e a leitura de textos. Ele agradece a proximidade que sente e pede, com coração agradecido, que se continue a rezar por ele", conclui o comunicado.

Infecção polimicrobiana
As infecções polimicrobianas são causadas por diferentes bactérias atuando simultaneamente no organismo, podendo ser uma ação combinada com vírus, fungos e parasitas. Ou seja, essa condição não é considerada uma doença isolada, segundo Gazzana, mas sim um fator que pode complicar quadros já existentes.
Quando afeta as vias respiratórias, a infecção pode provocar sintomas como tosse, falta de ar, febre, fadiga e chiado no peito, semelhantes aos da pneumonia e de outras doenças respiratórias.
A diferença é que, nesse caso, diversos agentes atuam em conjunto, e não apenas os pneumococos — bactérias frequentemente associadas a infecções pulmonares, como a pneumonia. O papa Francisco já estava com bronquite, infecção que afeta os brônquios, vias aéreas que conduzem o ar para os pulmões.
Com a infecção polimicrobiana, a doença pode progredir e evoluir para sepse, infecção generalizada que pode levar o paciente ao óbito, em casos mais graves.
— O problema é que o papa Francisco tem problemas respiratórios recorrentes. Ele já tem os pulmões mais frágeis. Com isso, a capacidade respiratória fica reduzida. E ele não respondeu bem ao primeiro tratamento, isso também é preocupante — afirma o chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, Marcelo Basso Gazzana.
Histórico
O argentino Jorge Mario Bergoglio tem um histórico de problemas respiratórios recentes. Em 2023, ele foi diagnosticado com bronquite infecciosa e chegou a ser hospitalizado. Ele foi tratado com antibióticos e melhorou. No mesmo ano, ele teve uma inflamação pulmonar.
Em 2024, chegou a fazer aparições de cadeira de rodas porque estava com dificuldades respiratórias. O pontífice não tem a parte superior do pulmão direito desde os 21 anos, quando teve uma pneumonia grave e cistos no pulmão e teve que fazer uma cirurgia.