Por José Antunes Sobrinho, acionista da Ecovix
Símbolo de inovação e desenvolvimento para o Brasil, o polo naval de Rio Grande vive um marco nesta segunda-feira. Após quase uma década, o local volta a construir embarcações, a partir da assinatura do contrato entre o consórcio Ecovix/Mac Laren e a Transpetro. O projeto simboliza a reativação de uma cadeia produtiva capaz de transformar a economia local e o próprio setor naval brasileiro.
Ao longo dos próximos três anos, mais de mil empregos serão gerados diretamente para a construção dos quatro navios de classe Handy. Áreas como hotelaria, gastronomia e serviços sentirão os impactos positivos desse novo ciclo de oportunidades.
A trajetória até este momento foi marcada por desafios. Desde 2016, quando as atividades navais foram interrompidas, um intenso processo de reestruturação empresarial foi conduzido com responsabilidade. A aprovação do plano de recuperação judicial, em 2018, abriu caminho para um novo modelo de gestão, que garantiu o cumprimento de compromissos e permitiu a retomada gradual das operações. Em 2021, os primeiros sinais dessa recuperação se tornaram visíveis, com serviços de reparo de embarcações — seguidos do desmantelamento sustentável das plataformas P-32 e P-33.
O renascimento do polo naval não é um evento isolado: ele é um reflexo do potencial que a indústria naval possui quando recebe os estímulos adequados
Agora, o complexo industrial de Rio Grande volta a ocupar um lugar de protagonismo. A infraestrutura moderna do estaleiro, somada à expertise de seus profissionais, permite que o projeto avance com segurança e eficiência. As adaptações necessárias são mínimas, e a capacidade instalada garante que a execução ocorra de forma ágil e qualificada. Trata-se de um movimento para fortalecer a indústria naval e contribuir estrategicamente para a soberania energética e industrial do país.
O renascimento do polo naval não é um evento isolado: ele é um reflexo do potencial que a indústria naval possui quando recebe os estímulos adequados. A construção desses navios pode ser o início de um novo ciclo produtivo, garantindo empregos, fortalecendo a economia e consolidando Rio Grande como um centro estratégico para o setor.