A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) deu um novo prazo para a reabertura da ponte sobre o Rio Forqueta, na RS-130. A via que liga Lajeado e Arroio do Meio deverá ser liberada momentaneamente para o tráfego de veículos leves no domingo (6). O local também é o melhor acesso a outros municípios da região, como Encantado, Muçum e Roca Sales.
A previsão de conclusão — e que não se concretizou — era para esta sexta-feira (4). A liberação total havia sido prometida somente para a próxima quarta-feira (9).
Após a publicação da reportagem, a EGR afirmou que haverá liberação parcial no domingo, para facilitar o acesso à inauguração do Cristo Protetor, em Encantado. A medida momentânea será realizada sem a camada asfáltica.
Após a data, o trecho será novamente fechado para finalizar a aplicação do asfalto, o piso de passeio e sinalização viária. A nova previsão é que a ponte seja totalmente liberada, também para veículos de carga, até quinta-feira (10).
Sem a ponte, os motoristas enfrentam transtornos. A melhor opção para se deslocar entre Lajeado e Arroio do Meio é a Ponte de Ferro, que possui sentido único organizado por sinaleira.
Em momentos de maior fluxo, a espera supera os 30 minutos. Outra opção, a ponte construída pela EGR foi coberta pela elevação do Rio Forqueta na quinta-feira (3) e está bloqueada para passagens.
Inauguração do Cristo Protetor
Além do transtorno diário, a inauguração da ponte era aguardada pela comunidade envolvida na construção do Cristo Protetor de Encantado, que será inaugurado no domingo (6), em um evento que deve levar milhares de pessoas ao município.
Por diversas vezes, a Empresa Gaúcha de Rodovias e a Secretaria de Transporte e Logística haviam prometido que até a abertura do Cristo a ponte estaria liberada. Em entrevista nesta sexta-feira, o diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacôr falou sobre o atraso na liberação, que estava prevista para esta sexta:
— Nós tínhamos a conclusão de liberar hoje à tarde, não vai ser possível. Nós estamos agora com uma previsão prejudicada para amanhã e estamos na tentativa de fazer a liberação no domingo. Tudo depende agora do andamento das atividades finais para ver se a gente consegue. Mas ainda sim, para veículos só de passeio.
Entre as dificuldades, Vanacôr disse que as condições climáticas dos últimos dias impediram a conclusão no prazo. Também alegou que as equipes trabalharam dia e noite para garantir mais "conforto" aos visitantes do Cristo Protetor.
Ao ouvir, o prefeito de Encantado reagiu à manifestação e cobrou mais agilidade nas obras.
— Não é questão de conforto, nós não precisamos de conforto. Nós precisamos de mobilidade, precisamos da ponte pronta — cobrou o prefeito Jonas Calvi.
Histórico de atrasos e acordo com Ministério Público
Derrubada em maio de 2024, em razão da enchente, a ponte foi prometida para o mês de dezembro do mesmo ano, o que seria dentro de um prazo de seis meses a partir da contratação emergencial da empresa responsável pela obra. No entanto, no início de dezembro a Empresa Gaúcha de Rodovias, em reunião com o Ministério Público, se comprometeu com outro prazo: 29 de março, com previsão de multa para a empresa por dia de atraso.
Em 17 de março, durante visita ao Vale do Taquari, o secretário de logística e transporte, Juvir Costella garantiu.
— A data da empresa e da EGR, estive lá hoje, é 29 de março. Tem previsão de atraso? Hoje não — disse o secretário, ao garantir que veículos leves e pesados passariam pela ponte neste dia.
No dia 25, o colunista Jocimar Farina confirmou que o prazo mais uma vez não seria cumprido. Com isso, a nova previsão informada seria nesta sexta-feira. Agora, o novo prazo é domingo (6).
Questionado sobre os custos extras pelo atraso e também sobre a multa acordada com o Ministério Público, Vanacôr disse que não houve prejuízos para os cofres públicos. E que o atraso será justificado ao promotor assim que a obra for concluída.
— Todos os percalços, situações que nos impediram de realizar a obra com a maior rapidez possível, nós conseguimos ainda entregar ela com tempo recorde, da própria execução, dela no chão até a estrutura foram quatro meses de obra — justificou.