O jornalista Luiz Norberto Roese, 45 anos, morreu em Santa Maria, na manhã deste sábado (14). Atual assessor de imprensa voluntário da Associação de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), o jornalista enfrentava a esclerose múltipla. Ele teve uma parada cardiorrespiratória em casa e não resistiu.
Natural de São Paulo, Roese residia no Rio Grande do Sul desde os seis anos. Tigre, como era conhecido por amigos e ex-colegas das redações jornalísticas por onde passou, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Durante a faculdade, ele trabalhou como atendente e gerente numa uma locadora de vídeo. Entre 1999 e 2003, foi repórter do jornal Zero Hora.
— Era uma pessoa muito generosa e que se engajava nos temas. O gesto de ser assessor de imprensa voluntário das famílias das vítimas da Kiss é uma demonstração disso. Foi um dos primeiros jornalistas a entrar na cobertura naquele 27 de janeiro e, desde então, transformou o assunto numa causa, nunca mais abandonou a luta dos familiares. Estas atitudes explicam por que ele era tão querido e por que nós colegas estamos tão tristes — ressaltou o gerente de Jornalismo dos jornais do Grupo RBS e amigo de Roese, Nilson Vargas.
Entre 2003 e 2012, foi editor de Geral, Polícia, Região e de Online no Diário em Santa Maria. Foi dele o primeiro prêmio da história do Diário de Santa Maria, o Setcergs de jornalismo, com uma reportagem sobre a BR-158. A série de três matérias conta a história da rodovia, que liga Santa Maria a Rosário do Sul.
Em 2012, trabalhou no Portal Terra e, mais tarde, no jornal A Razão, de Santa Maria. Quatro anos depois, foi diagnosticado com esclerose múltipla quando trabalhava como assessor na prefeitura de Canoas.
Ao lado da mulher, Erenice Gonçalves de Oliveira, ele decidiu voltar para Santa Maria. No Facebook de Roese, Erenice deixou a seguinte mensagem "Então, o Tigre decidiu explorar os territórios astrais!! Foi em paz na certeza de que foi muito amado por aqui".
Mesmo sem poder trabalhar diariamente, ele colaborava desde 2015 no site do também jornalista Claudemir Pereira, onde escrevia alguns textos.
— Apesar da doença, o cérebro dele funcionava perfeitamente. Ontem (sexta-feira), ele ainda publicou uma informação importante que ninguém ainda havia divulgado. Devorava os diários oficiais. Aos sábados, nos reuníamos eu, ele e um grupo de jornalistas e políticos de Santa Maria para um tradicional cafezinho. Fará muita falta — comentou Pereira.
O velório de Roese será a partir das 12h deste sábado (14) na Capela 2 do Hospital de Caridade. O sepultamento ocorrerá neste domingo (15), às 10h, no Cemitério Ecumênico.