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O bom espaço, o conforto e o desempenho qualificam o Basalt. A versão topo de linha Shine Turbo tem algumas limitações para não comprometer o seu preço, o menor do seu segmento. Rodamos 500 quilômetros com o Citroën Basalt Shine Turbo 200 que tem preço sugerido a partir de R$ 117.100.
Bonito, versátil e amplo espaço interno e no porta-malas, o Basalt atende quem procura um utilitário esportivo compacto para o uso familiar. O acabamento interno simples com predominância de plástico e a ausência de alguns equipamentos decorrem da economia para conter o custo.
Desenvolvido pela engenharia da Stellantis com foco na América do Sul, o Basalt é produzido no polo automotivo de Porto Real (RJ). Montado sobre a plataforma CMP, o utilitário esportivo cupê compartilha componentes com modelos Fiat e Peugeot.
Design e espaço
As linhas valorizam o visual harmonizado pelo contraste de detalhes robustos e curvas suaves. Os vincos nos para-choques, laterais e teto, além do efeito visual, garantem mais resistência às peças. As elevações na parte posterior do teto otimizam a aerodinâmica. Os faróis são halógenos e as luzes de condução diurna (DRL) em LED.
Com 4,343 m de comprimento e 1,821 m de largura, a altura é de 1,585 m. A frente e a traseira com balanços curtos permitiram o entre eixos de 2,645 metros e o generoso espaço interno. Altura mínima do solo é de 18 centímetros.
Interior e propulsão
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O interior do Basalt remete aos irmãos C3 e C3 Aircross com destaque ao amplo espaço para até cinco adultos e 490 litros no porta-malas. A coluna da direção com assistência elétrica tem regulagem apenas de altura e o volante é multifuncional.
Revestimento interno em tecido sintético e plástico de diversas texturas, o quadro digital de instrumentos colorido de sete polegadas, uma faixa bicolor bronze destaca o painel.
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O multimídia Citroën Connect com tela de 10,25 polegadas sensível ao toque mostra imagem da câmera de ré. Compatível com Android Auto, Apple CarPplay e aplicativos sem fio, conta conta com duas entradas USB entre os bancos frontais. O ar-condicionado é automático e o sistema de som conta com seis alto-falantes.
O motor de quatro cilindros 1.0 turbo do Shine gera de 125 cv (gasolina) a 130 cv (etanol) e força (torque) de 20,4 kgfm com os dois combustíveis. O propulsor atua combinado com o câmbio automático contínuo variável (CVT) que simula sete velocidades.
Bom nas ruas e estradas
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O Basalt é o tipo de carro que agrada a primeira vista e mostrou suas virtudes nas ruas e estradas. Revelou também suas deficiências decorrentes da necessidade de não comprometer o custo.
Bonito, o generoso espaço interno e o comportamento nas ruas e estradas valorizaram a versão topo de linha do utilitário esportivo cupê. A posição elevada de conduzir, o conforto interno e desempenho do conjunto propulsor repetiram a boa impressão da avaliação aproximada de 200 quilômetros durante seu lançamento na região metropolitana de São Paulo.
O revestimento interno em materiais simples, a coluna de direção com apenas ajuste de altura, os cintos dianteiros sem regulagem de altura e o acionamento dos vidros traseiros no console central resultaram da contenção de custos para viabilizar o preço mais acessível.
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O porte robusto suavizado pelas linhas fluídas chamou a atenção nas ruas e estradas gaúchas. A direção elétrica, a suspensão bem ajustada e o motor turbo facilitaram a condução do utilitário esportivo cupê. Sobrou potência e força tanto no trânsito urbano quanto no rodoviário.
A suspensão bem calibrada, os 18 centímetros de altura do solo e os pneus 205/65 R16 ignoraram as irregularidades do pavimento, lombadas, quebra molas e canaletas, comuns nas nossas ruas e estradas, sem comprometer o conforto interno.
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Nas rodovias, o comportamento do conjunto propulsor foi perfeito com os três modos de condução - Drive, Manual e Sport. Exigiu o cuidado para manter os limites de velocidade, principalmente nas BR/290 e 101 e na Estrada do Mar.
Nos trechos com curvas mais acentuadas, a rolagem da carroceria foi mínima sem comprometer a estabilidade. Freios eficientes, quando preciso recursos eletrônicos auxiliaram a condução.
O consumo de combustível pelo Inmetro é de 11,9 km/litro na cidade e 13,7 km/litro na estrada, com gasolina, e de 8,3 km/l e 9,6 km/litro, com etanol. No nosso teste, rodando sempre com gasolina, as médias na cidade foram de 9,7 km/l a 12,8 km/l conforto as condições de trânsito. Na estrada, em velocidade constante de 80 km/l, foram de 13,5 km/l a 18,3 km/l, e de 110 km/l de 12,8 km/l a 16,6 km/l.
Conclusão
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O design atualizado, o generoso espaço e o bom conjunto propulsor valorizam o Basalt, o utilitário esportivo compacto turbo de menor preço do seu segmento no país. Mas a proposta de contenção de custos provocou deficiências, principalmente no acabamento.
Com amplo espaço interno e no porta-malas, o Shine Turbo 200 é ideal para quem procura um versátil carro familiar. Nas ruas e estradas, o bom conjunto propulsor exigiu cuidado para manter os limites de velocidade. O utilitário esportivo ignorou o pavimento irregular, os buracos, canaletas e quebra-molas sem comprometer o conforto.
Um dos pontos altos, o espaço interno do Shine acomodou bem os condutor e acompanhante na frente, dois adultos e uma criança atrás e ainda sobrou espaço para bagagem no porta-malas.
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Os cintos de segurança dianteiros sem regulagem de altura, o quadro de instrumentos básico e os faróis halógenos, decorrentes da redução de custo, fizeram falta numa versão topo de linha. Também os poucos recursos eletrônicos de apoio à condução e à segurança, principalmente na estrada.
Como sempre, na decisão de compra, é importante avaliar a relação custo-benefício, observar o uso e comparar com as demais configurações do Basalt. Sem esquecer os principais concorrentes, os primos Fiat Pulse e Fastback, o Renault Kardian e o Nissan Kicks.