Com a canção de São Francisco, salva de palmas e estalar de dedos, familiares e amigos de várias regiões do Brasil se despediram nesta terça-feira da empresária, palestrante e escritora Dulce Magalhães, 51 anos. O velório foi a partir das 11h e o sepultamento às 17h30min no Cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis. Dulce faleceu a 01 hora da madrugada de segunda-feira, no Hospital Bandeirantes, em São Paulo, em função de uma infecção generalizada, cujo tipo de bactéria ainda não foi identificado. O resultado das análises sairá em 30 dias. Familiares e amigos informaram que o legado da empresária, que se intitulava "uma guerreira da paz", será levado adiante com a criação do Instituto Dulce Magalhães. Palestrante internacional, ela publicou 16 livros e foi uma incentivadora das boas práticas de gestão de pessoas, de motivação e de empreendedorismo.
O problema de saúde de Dulce começou com um mal-estar quarta-feira da semana passada. Ela foi medicada em hospital de Florianópolis e no dia seguinte seguiu para São Paulo onde foi palestrante no seminário da Associação Lusobrasileira de Psicologia Transpessoal (Alubrat). Sentiu mal-estar na sexta e sábado foi internada. Segundo a coordenadora da Universidade da Paz (Unipaz) de Goiânia, Hélyda Di Oliveira, a equipe médica do Hospital Bandeirantes tentou tudo o que foi possível, solicitou quase 100 exames e fez até hemodiálise, mas a evolução da septicemia, que provocou a falência múltipla de órgãos, foi rápida.
A empresária Nadir Koerich, diretora da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (Aemflo) e amiga de Dulce de longa data, contou que ela comemorou aniversário dia 25 de janeiro com as pessoas mais próximas quando informou que estava entrando numa fase especial da vida. A palestrante dividiu sua trajetória em quatro etapas: de descobertas (infância e juventude), conquistas (como estudante, ao fazer cursos no Brasil e exterior), relacionamentos (trabalho consolidado) e, agora, estava entrando na fase de usufruir de uma vida mais tranqüila, com uma agenda menos intensa e mais viagens. Esta fase foi interrompida com a doença inesperada.
Odilio Guarezi, ex-presidente da Aemflo, disse que Dulce foi diretora da entidade e uma das impulsionadoras da participação das mulheres no associativismo empresarial. Ela também integrou a diretoria da BPW, ONG que reúne mulheres empresárias do Brasil e do mundo. Nos últimos anos, Dulce se dedicou mais a ações voltadas a paz. Foi uma das líderes da Unipaz Florianópolis, uma das criadoras da ONG Paz no Coração e trouxe para a Capital o Festival Mundial da Paz.
Luto
Instituto Dulce Magalhães vai levar adiante o legado da "guerreira da paz"
Ela era uma ativista da causa da paz e fazia parte de um comitê de 80 lideranças coordenado por Bill Clinton
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