O Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Gravataí solicitou na tarde desta terça-feira (11) a suspensão imediata das licenças ambientais de ao menos três grandes lavouras de arroz que ficam nas margens do rio Gravataí. De acordo com o Batalhão Ambiental da Brigada Militar, elas estão lançando água barrenta no rio.
Essa água é oriunda do preparo do solo das lavouras e não poderia ser despejada sem antes passar por um processo de decantação, para diminuir a quantidade de resíduos despejados.
A presença do material levou a Corsan a reduzir a captação de água, o que afeta ao menos 48 bairros de Gravataí. A solicitação do Comitê foi feita para a Fundação de Proteção Ambiental (Fepam) e ao Departamento de Recursos Hídricos.
Além de pedir a suspenção das licenças ambientais, também exige que as lavouras sejam proibidas de usar água do rio Gravataí. De acordo com o presidente do Comitê, Sérgio Cardoso, a suspenção é a única maneira para resolver o problema.
"Não é por falta de conhecimento ou de técnica. O que acontece é que não há uma preocupação com o coletivo. Não há mais condições dessas atividades continuarem colocando em risco o abastecimento de milhares de pessoas. Nesse momento, só a suspensão irá resolver", disse.
Segundo o Ministério Público, já há uma inquérito civil público aberto há dois anos apurando as atividades das lavouras.
"As licenças não preveem a devolução das águas usadas nas lavouras para o rio Gravataí. Elas só permitem a captação dessa água. Eles estão agindo de maneira irregular", explicou o promotor Eduardo Viegas, responsável pela bacia do Gravataí.
A Fepam e o Departamento Hídrico devem se manifestar amanhã sobre o pedido de suspensão das licenças.
A situação do rio Gravataí tem se agravado também por causa da falta de chuva. Em um mês, o nível baixou de 3,12 metros para apenas 1,96 metro.