Cerca de 105.000 habitantes de várias regiões do Níger, no árido oeste africano, provavelmente serão atingidos por chuvas fortes e enchentes massivas ainda neste ano, alertou em um comunicado o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) na terça-feira.
"Um plano de emergência abrangente" será posto em prática assim que cerca de um décimo da população total, de 18 milhões, for afetada, acrescentou a agência da ONU.
A Ocha informou que já começou a reunir recursos para ajudar possíveis vítimas. Enquanto isso, as autoridades locais estão construindo barragens ao longo da terraplenagem do rio Níger para proteger as milhares de pessoas que vivem na capital, Niamey, informou a mídia estatal.
O rio, o terceiro maior da África, tem uma bacia de inundação de mais de dois milhões de quilômetros quadrados, que é o lar de mais de 100 milhões de pessoas, da Guiné até a Nigéria.
As mudanças climáticas vem causando estragos no Níger, provocando enchentes, secas, picos de temperatura e escassez de alimentos, afetando as vidas e o ganha-pão de milhões de pessoas que vivem da agricultura no país.
Em 2012, inundações mataram mais de 100 e afetaram mais de meio milhão de nigerianos, além de terem causado um prejuízo de pelo menos 135 milhões de euros, de acordo com o escritório de prevenção de desastres do país.
Da mesma forma, em 2014 e em 2015 as inundações deixaram dezenas de mortos e milhares afetados.
Os habitantes do Níger estão acostumados às adversidades. Esta ex-colônia francesa é um dos países menos desenvolvidos do mundo, ocupando a 187ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas.
O aquecimento global vem agravando os problemas, com a ampliação gradual do deserto, que já cobre três quartos do Níger.
As areias estão invadindo o rio Níger e ameaçando a sobrevivência de vários milhões de pessoas que vivem em sua bacia.
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