A quantidade de petróleo que vazou no litoral norte do Rio Grande do Sul na noite de quarta-feira foi de cerca de 2,5 mil litros, conforme informação passada pela Transpetro para o comandante do 1º Batalhão do Comando Ambiental da Brigada Militar de Porto Alegre, major Rodrigo Gonçalves dos Santos.
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– Não é uma quantidade pequena. Ela pode causar danos para a fauna. Mas diante da magnitude do que poderia ter ocorrido, e considerando as dimensões do mar, podemos dizer que não foi grande. Não foi uma das maiores catástrofes, – explicou Santos, citando um vazamento ocorrido em 2012 que, segundo jornais da época, seria de 1 milhão de litros de petróleo.
O óleo derramado é de origem árabe e estava sendo trazido por navios que têm capacidade de carregar até 200 milhões de litros. Conforme a empresa, a quantidade derramada foi pouca. Isso porque, quando o mangote soltou, a operação de descarga do produto já havia sido suspensa devido ao mau tempo. O que teria se espalhado pelo mar é a quantidade que ainda estava dentro da tubulação.
Santos explica que o óleo vazado é mais leve do que o comum, e por isso a mancha estaria tão diluída. Já conforme o chefe de Fiscalização da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Renato Zuchetti, a avaliação de técnicos que sobrevoaram a área é de que a quantidade de óleo não seria suficiente para causar impactos no meio ambiente:
– Não acredito que causará maiores danos. Navios cargueiros que passam descarregam ainda mais óleo do que isso. Teríamos que ter uma mancha expressiva, que impactasse a entrada de luz e interagisse com a fauna e flora para termos danos. Não existe essa camada compacta.
Zuchetti avalia ainda que não será necessário despejar dispersantes químicos no mar para neutralizar o efeito do petróleo.
– Estamos pensando em cercar com barreiras flutuantes e "chupar" o que ficou de óleo. Nossa única preocupação é que não chegue nada na beira da praia – concluiu.
Nota da Transpetro
A empresa se manifestou por meio de nota explicando o acidente. Confira a íntegra do texto:
"A Transpetro informa que um cabo de amarração que ligava um navio à monoboia do Terminal de Osório, em Tramandaí (RS), se rompeu na noite desta quarta-feira (6/4). O incidente ocorreu durante o descarregamento de petróleo do navio. A operação foi paralisada preventivamente devido ao mau tempo e, em seguida, as válvulas de segurança automaticamente bloquearam as extremidades dos mangotes. Parte do produto contido nas válvulas, cerca de 2.500 litros, atingiu o mar.
Equipes de contingência da Transpetro realizam os trabalhos de contenção e remoção do produto. As causas do incidente estão sendo apuradas e as autoridades competentes foram informadas."