Primeira agência ficava na esquina da Sete de Setembro com General Câmara
Foto: Jefferson Bottega
Há exatos cem anos, quando contos de réis ainda eram usados para fechar grandes negócios no país, Porto Alegre comemorava a chegada do Banco do Brasil (BB) ao Rio Grande do Sul. Hoje, a instituição celebra a data com 379 agências e cerca de 2 milhões de clientes no Estado.
A primeira filial foi inaugurada no centro da Capital, na esquina das ruas Sete de Setembro e General Câmara. A novidade foi saudada na imprensa, que noticiou os horários de funcionamento e até os nomes dos três funcionários - o gerente José Tinoco, o contador Alvaro Carvalho e o caixa Adalardo Machado.
- Foi um fato importante na época, porque os gaúchos ainda não tinham um banco de caráter nacional - sintetiza o economista Eugenio Lagemann, professor da UFRGS.
A partir de 1918, o Banco do Brasil passou a expandir as atividades para os municípios do Interior, começando por cidades como Pelotas, Bagé, Cachoeira do Sul, Uruguaiana e Rio Grande. Localidades menores também foram contempladas.
- Nas comunidades onde chegou, o banco ampliou a oferta de crédito e ajudou a transformar a realidade. Fui contratado em 1962 e vi isso acontecer na prática - recorda José Rodrigues Pereira, presidente em exercício da Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas do BB no RS.
Aos poucos, o número de empregados também foi ampliado - hoje são mais de 5,7 mil no Estado. Para muita gente, fazer carreira no BB virou tradição. Foi o caso da família de Pedro Otto da Silveira, que ingressou no banco em 1938 e chegou a presidir a Associação Atlética Banco do Brasil em Porto Alegre (AABB).
Os passos do patriarca, já falecido, foram seguidos pelo filho Antonio Carlos Gelcich Silveira, 75 anos, e pelos netos Luís Antonio Brum Silveira, 51 anos, e Ana Lúcia Brum Silveira, 50 anos, entre outros descendentes.
- Meu pai era apaixonado pelo que fazia e foi muito conhecido entre os funcionários. Com certeza, me influenciou. Além disso, era um bom emprego, daqueles que as mães desejavam para os genros - brinca Antonio Carlos.
Fundado em 1808 no Brasil, com a vinda da família real portuguesa, o BB fechou 2015 com lucro líquido de R$ 14,4 bilhões - cifra 28% maior do que a registrada em 2014. Para o superintendente estadual da instituição, Edson Bündchen, há margem para crescer ainda mais.
- O banco tem um passado que é motivo de orgulho, um excelente posicionamento estratégico na atualidade e um grande papel a desempenhar no futuro, como banco público - projeta o gestor.