Caxias do Sul deve ganhar em breve um relatório como o de Gramado e Nova Petrópolis que identificou, em cada um dos municípios da Região das Hortênsias, 68 locais com risco de deslizamento, enxurrada ou inundação. Em Canela, onde o estudo também já foi concluído e publicado, são 33 pontos.
O mapeamento é feito pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Em Caxias, o trabalho começou na semana passada e irá informar também o número de edificações e moradores que podem ser afetados em caso de novo evento climático extremo. Em Gramado são 9,7 mil pessoas, em Canela, 7,5 mil, e em Nova Petrópolis, 1,2 mil.
As cidades da Serra estão entre os 93 municípios gaúchos que estão sendo visitados por geólogos de todo o país. Vinte já tiveram os relatórios publicados. O trabalho, de acordo com o chefe do Departamento de Gestão Territorial do SGB, Diogo Rodrigues é minucioso e feito por meio de visitas às residências das áreas urbana e rural:
— A percepção do risco geológico tem que ser muito apurada, é um trabalho de formiguinha. Vamos de casa em casa, procurando trincas em moradias e árvores inclinadas, por exemplo.
Quem aponta as áreas a serem visitadas é a Defesa Civil municipal, que em Caxias concentra os esforços, neste momento, em Galópolis, o bairro mais afetado por deslizamentos de terra em maio do ano passado. Duas duplas de geólogos vindos de Goiânia têm realizado as visitas. Entre os profissionais está Rodrigo Gallo, que percebeu o receio dos moradores para a possibilidade de novas ocorrências:
— Eles vêm, perguntam para entender o que está acontecendo e o que pode ser feito. Algumas casas foram interditadas, mas é possível voltar, com obras de engenharia. Foi um grande evento de chuva e que foi esporádico. Precisamos entender as áreas de inundações e o comportamento do solo.
Os relatórios são publicados no site do Serviço Geológico do Brasil, ligado ao Ministério de Minas e Energia. A expectativa é que as visitas a campo em Caxias sigam até a próxima sexta-feira (7). Um pré-relatório então é enviado a Brasília, que define se foi concluído ou se novas áreas devem ser visitadas.
De posse das informações técnicas, as prefeituras passam a ter conhecimento de onde estão as moradias que podem sofrer danos em caso de desastres. O relatório auxilia no direcionamento de recursos para obras e ações estruturais.
*Com participação da jornalista Carol Palmeira (RBS TV)