A Promotoria de Justiça de Parobé, no Vale do Paranhana, denunciou 11 pessoas por crimes ambientais na cidade. Durante as investigações, foi contabilizado desvio de verba pública superior a R$ 1,5 milhão, além de propina aos agentes públicos, que variava entre 6% a 20% dos pagamentos realizados a uma transportadora.
Os denunciados são: a ex-prefeita Gilda Maria Kirsh; a ex-vice-prefeita Nelsi Lázaro; o ex-secretário do Meio Ambiente Alexandro de Oliveira; o servidor público Roberto dos Santos Teixeira; os sócios-administradores da empresa Transportes JC Lopes Ltda, Marcos da Rosa Lopes, José Cláudio Lopes, Cláudia Daiane Lopes; os sócios-administradores da empresa Maffer & Cia Ltda, Keila do Nascimento Ferreira e Vandro da Silva; o sócio-gerente da empresa Komac Rental Locadora de Máquinas Ltda, Fleudes Tadeu Rocha; e o engenheiro civil Rudimar Antonio Crestani. As empresas também são rés.
Conforme as investigações, em 2010, a Transportes JC Lopes e a Maffer & Cia, que faziam a coleta do lixo da cidade, transbordavam os resíduos, domésticos e industriais, em um lixão sem licenciamento ambiental. Os resíduos eram dispostos diretamente no solo, com potencial poluição inclusive de lençóis freáticos. No mesmo local, também havia disposição de pneus a céu aberto.
Conforme o Ministério Público (MP), no início de 2012, a Komac Rental Locadora de Máquinas assumiu a execução do contrato, sem licitação, dando continuidade ao esquema anterior. Em outubro do mesmo ano, o município concedeu licença ambiental em desacordo com as normas ambientais em benefício da Komac para a operação de um depósito temporário de resíduos, em outra área. Não foi feito estudo ambiental, relatório de vistoria ou parecer técnico.
A Licença de Operação, além de ser dada sem as etapas anteriores (Licenças Prévia e de Instalação), foi emitida dois dias após seu protocolo, em um sábado. No local, o MP e a Polícia Civil também verificaram poluição do solo por meio da deposição direta de resíduos.
No final de 2012 já haviam sido denunciadas 16 pessoas pelos crimes de formação de quadrilha, fraude na licitação para os contratos de coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos de Parobé, corrupção ativa e passiva.