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A mulher presa por suspeita de ter envenenado farinha com arsênio foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira (13) na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
Deise Moura dos Anjos, 42 anos, estava presa preventivamente desde 5 de janeiro. A informação foi confirmada pelo chefe de Polícia, Fernando Sodré.
— Ela tinha sinais de enforcamento. Vamos apurar as circunstâncias agora — afirma Sodré.
Em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, o chefe de polícia informou que provavelmente ela tenha usado suas roupas para o enforcamento.
Segundo nota da Polícia Penal, Deise foi encontrada nesta manhã, "durante a conferência matinal na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba".
Segundo a Polícia Penal, ela estava sozinha na cela. "As circunstâncias serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias" (veja abaixo nota na íntegra).
Conforme a Polícia Penal, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que constatou a morte.
Segundo o Samu, a morte ocorreu "por asfixia mecânica autoinfligida".
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) foi acionado e está no local para fazer a remoção do corpo da Deise.
Inicialmente, Deise estava detida em Torres, mas foi transferida no dia 6 de fevereiro, para Guaíba. De acordo com Sodré, a opção de encaminhá-la para o município da Região Metropolitana foi por questão de segurança.
Em Torres, a prisão é mista, com uma ala feminina, enquanto em Guaíba a penitenciária é exclusivamente para mulheres. Estão detidas no local 447 presas.
Deise era investigada pela morte de três pessoas da mesma família, no dia 23 de dezembro, em Torres. As vítimas comeram um bolo envenenado com arsênio no dia 23 de dezembro do ano passado. Ela também era suspeita do falecimento do sogro, ocorrido em setembro de 2024.
Laudos do IGP
Resultados de laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) divulgados na quarta-feira (12) apontam que alimentos e itens levados por Deise Moura dos Anjos à sogra Zeli dos Anjos, enquanto estava internada no hospital, não possuíam nenhuma quantidade de veneno.
Nos novos laudos, também foi confirmada a presença de arsênio na urina do marido e do filho de Deise. O fato já havia sido constatado em exames prévios, e indica tentativas de envenenamento.
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde na antevéspera do Natal de 2024, quando seis começaram a passar mal após consumirem pedaços de um bolo. Um deles não ingeriu o doce. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal, e levou para Torres, também foi hospitalizada.
Três mulheres morreram em intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital.
Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada "choque pós-intoxicação alimentar".
Deise era casada com Diego Silva dos Anjos, filho de Zeli, e morava em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Deise era suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Exumação do corpo de Paulo
Após suspeitas, a polícia solicitou a exumação do corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise. Paulo faleceu em setembro de 2024, sob suspeita de uma infecção intestinal, após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele por Deise.
A perícia do IGP confirmou que ele foi envenenado com arsênio, e os níveis encontrados no corpo eram letais, caracterizando envenenamento por ingestão oral.
Compra do arsênio pela internet
A polícia confirmou que Deise comprou arsênio quatro vezes em um período de quatro meses. Uma das compras ocorreu antes da morte do sogro e as outras três, antes da morte de três pessoas que consumiram o bolo envenenado.
O veneno teria sido recebido pelos Correios. O documento estava salvo no celular da suspeita, apreendido durante a investigação.
Contaminação da farinha
A investigação aponta que a farinha do bolo pode ter sido contaminada quase um mês antes do episódio fatal. De acordo com o delegado Marcos Vinícius Veloso, Deise esteve em Arroio do Sal no dia 20 de novembro do ano passado, o que pode ter sido o momento em que o veneno foi adicionado à farinha usada no bolo consumido em Torres.
— As informações que nós temos no inquérito policial são de que a investigada esteve na cidade de Arroio do Sal, na última vez, no dia 20 de novembro. E, pelas informações que já foram coletadas do inquérito, nesta data, a Polícia Civil acredita que possa ter ocorrido o envenenamento da farinha que foi utilizada no bolo que foi consumido na cidade de Torres —afirmou o delegado.
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Nota da Polícia Penal
A Polícia Penal informa que, durante a conferência matinal na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, a presa Deise Moura dos Anjos foi encontrada sem sinais vitais.
Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência que, ao chegar no local, constatou o óbito.
Deise estava sozinha na cela. As circunstâncias serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias