A Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou, na última sexta-feira (7), um áudio que pode ser do momento da implosão do submarino Titan, de junho de 2023. Segundo o órgão, a gravação foi registrada por uma base que se encontra a 1.400 quilômetros do ponto de colapso do submarino.
As cinco pessoas que estavam a bordo do Titan morreram. O objetivo da empresa Ocean Gate era chegar aos destroços do navio Titanic, que afundou em 1912. Os restos da embarcação estão a quase quatro mil metros de profundidade, no Oceano Atlântico (veja o mapa abaixo).
O áudio capturou um momento conhecido como "trovão submarino", um estrondo seguido de silêncio. As características do som, conforme as autoridades, coincidem com o momento em que a implosão teria acontecido.
Na quarta-feira (12), a Guarda Costeira informou que novas informações sobre o incidente serão divulgadas em breve. Um relatório deve ser publicado assim que as investigações, que ainda estão em andamento, forem concluídas.
Em setembro do ano passado, um dos depoimentos de testemunhas recolhidos pelo órgão foi de um ex-diretor da Ocean Gate. O engenheiro David Lochridge relatou que havia comunicado à direção da empresa sobre falhas na resistência do Titan cinco anos antes da implosão.
Relembre o caso
Após cinco dias de buscas pelo submersível Titan, que estava em expedição turística para ver os destroços do Titanic, a empresa OceanGate confirmou a morte dos cinco ocupantes no dia 22 de junho de 2023.
O veículo desapareceu no Oceano Atlântico, próximo a Newfoundland, no Canadá. Os destroços foram encontrados a cerca de 500 metros da proa do Titanic, a uma profundidade de quase 4 mil metros da superfície. De acordo com a Guarda Costeira dos Estados Unidos, o veículo explodiu.
Desaparecimento do equipamento
A empresa cobrou US$ 250 mil (cerca de R$ 1,2 milhão) para cada passageiro embarcar. Pouco mais de uma hora de submergir no Oceano Atlântico, o equipamento desapareceu.
O Titan não era autônomo, portanto, deveria ficar em constante contato com um navio-base. Assim que perdeu a comunicação, o navio relatou o desaparecimento aos parentes e autoridades.
A Guarda Costeira dos EUA divulgou um vídeo que mostra o momento em que as equipes de busca localizaram os destroços do submarino. O vídeo - feito em 22 de junho de 2023 - foi gravado por um veículo não tripulado a uma profundidade de 3.775 metros.
Quem eram as vítimas
Estavam a bordo do submersível um empresário paquistanês e seu filho, um explorador britânico, um ex-comandante da Marinha francesa e o diretor-executivo da OceanGate.
- Stockton Rush, piloto e diretor-executivo da OceanGate;
- o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho, Suleman Dawood;
- Hamish Harding, bilionário e explorador;
- Paul-Henry Nageolet, ex-comandante da Marinha Francesa e especialista no naufrágio do Titanic.
"Esses homens eram verdadeiros exploradores, que tinham um espírito aventureiro e uma paixão pela exploração e proteção dos oceanos do mundo. Nossos sentimentos estão com os cinco espíritos e todos os membros das famílias deles nesse momento trágico. Nós lamentamos a perda de vida e a alegria que eles trouxeram a todos que eles conheceram", disse a OceanGate em nota.
Alerta de ex-funcionário
A OceanGate foi alertada sobre falhas no submersível Titan sob altas pressões em 2018, cinco anos antes da implosão que causou a morte dos cinco ocupantes. A revelação foi feita por David Lochridge, ex-diretor de operações da empresa americana, no segundo dia de audiência da Guarda Costeira dos EUA sobre o incidente.
Segundo Lochridge, a OceanGate "ignorou todas as regras e regulamentos padronizados estabelecidos" por entidades como a Guarda Costeira, agências reguladoras e fabricantes.
— Era inevitável que algo fosse acontecer — disse o ex-diretor de operações ao tribunal.