O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, disse, nesta quinta-feira (13), que as autoridades desmantelaram um plano de ataque contra bases militares que ocorreria pouco antes da posse do presidente Nicolás Maduro para um questionado terceiro mandato.
Cabello afirmou que o suposto plano envolvia ataques contra dois fortes militares nos estados de Guárico e Barinas (centro-oeste), entre janeiro e dezembro, e "sequestrar" o ex-presidente e atual juiz da Suprema Corte, Maikel Moreno.
"Iam se infiltrar" na base em Barinas "e iam colocar uma carga de C4 em um helicóptero" para fazê-la explodir "em pleno voo", garantiu o ministro.
O governo venezuelano denuncia frequentemente planos para derrubar Maduro, os quais relaciona aos Estados Unidos e a líderes opositores como María Corina Machado.
O ataque seria "um sinal" para um levante, acrescentou Cabello, referindo-se a parte da mensagem de Machado convocando protestos no dia 9 de janeiro contra os resultados das eleições presidenciais, um dia antes da posse de Maduro.
O ministro, porém, não apresentou provas da ligação da ex-deputada com a chamada "Operação Ouro".
Machado lidera as denúncias de fraude na reeleição de Maduro e reivindica a vitória do exilado Edmundo González Urrutia no pleito de 28 de julho.
"Este é o sinal. Este é o dia", publicou Machado nas redes sociais ao convocar manifestações.
Por sua vez, Cabello anunciou que um agente dos serviços de inteligência foi preso, acusado de entregar os explosivos para o plano.
Há outros detidos, acrescentou o ministro sem especificar quantos, indicando que outros supostos envolvidos fugiram para o exterior. "Esse grupo está desmantelado, totalmente desmantelado", afirmou.
As autoridades, segundo Cabello, apreenderam armamento militar e explosivos destinados ao complô em uma comunidade popular de Caracas. Fuzis e granadas supostamente confiscados no âmbito da operação foram exibidos.
Cabello também vinculou o plano ao americano Matthew VanDyke, ex-combatente na Líbia e na Síria e documentarista, e confirmou ainda, sem dar mais detalhes, a prisão de um líder opositor, Luis Somaza, a quem qualificou de "terrorista".
Mais cedo, Leopoldo López, exilado e líder do partido Vontade Popular, ao qual pertence Somaza, disse que o militante foi detido por agentes não identificados.
* AFP