Vans e micro-ônibus escolares já começaram a fazer o transporte de passageiros na manhã deste domingo (2) em Porto Alegre. Os proprietários foram autorizados no sábado pela prefeitura a transportar o público durante a greve dos ônibus. Duas linhas consultadas pela reportagem da Rádio Gaúcha, que fazem o eixo Zona Sul-Centro, cobravam tarifa de R$ 4.
Estacionado na Avenida Salgado Filho, Eduardo Martinez aguardava passageiros para fazer a linha Ipanema-Centro. Ele diz não ter receio com a insegurança, em meio à greve. "O problema é com os ônibus, e não com a gente. Não estou preocupado, pois vejo que o pessoal aqui está feliz", avalia o proprietário da van.
A EPTC determinou que o valor não ultrapasse os R$ 4,20, assim como as lotações. Em caso de falta de troco, o transporte escolar pode arredondar para menos. Para o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Capellari, o valor menor não deve prejudicar as lotações. "Se juntarmos as duas operações, de lotações e vans escolares, o volume de demanda ainda é muito superior a essa capacidade", afirma Capellari.
As vans escolares irão percorrer as regiões que já fazem normalmente quando transportam alunos. A cidade ficará dividida em sete bacias. O objetivo é fazer com que o transporte escolar percorra os bairros que estão com falta de ônibus e lotações.
Greve dos rodoviários
A paralisação da categoria teve início na segunda-feira (27) com a manutenção de 30% da frota em circulação. No segundo dia de greve, os rodoviários decidiram pela paralisação total das atividades após a Justiça determinar que pelo menos 70% da frota deveria circular nos horários de pico. Na quinta-feira, algumas empresas voltaram a colocar ônibus nas ruas, mas na sexta os sindicalistas descumpriram novo acordo com a Justiça e houve greve geral.
A prefeitura entrou com ação judicial pedindo apoio da Brigada Militar para garantir a saída dos ônibus das garagens e chegou a cogitar a utilização da Força Nacional de Segurança para resolver o impasse. No fim da tarde de sexta-feira, a categoria decidiu, em nova assembleia, manter a paralisação geral.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a mobilização é necessária para pressionar as empresas de ônibus a aumentar a proposta de reajuste salarial. A categoria cobra aumento de 14%, mas os empresários se limitam a oferecer a reposição da inflação, de 5% a 6%.