A falta de água no Presídio Central, aliada às altas temperaturas de dos últimos dias, em Porto Alegre, provocou um princípio de motim nas galerias da maior cadeia gaúcha.
Por volta das 22h de sexta-feira, presos se revoltaram com a situação e começaram a fazer barulho batendo nas grades das celas.
Eles também atearam fogo a colchões e panos e os atiraram pelas janelas.
O problema ocorreu porque o calor teria gerado defeitos no funcionamento das bombas que levam água até as caixas, a partir do final da tarde de sexta.
Revoltados com a situação, os detentos começaram a gritar "Água! Água!" e a bater em sequência nas grades das galerias. Eles atearam fogo a colchões e panos, jogando-os pelas janelas de dois pavilhões.
Conforme a assessoria da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), o protesto começou por volta das 22h nos pavilhões B e F. A Susepe acrescentou que a solução havia sido negociado com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), que deveria enviar até o final da noite caminhões pipa para abastecer as caixas d'água do local.
Mesmo assim, a Brigada Militar colocou a tropa de choque em prontidão. Não houve registros de reféns.
Houve falta de água durante a tarde desta sexta-feira, mas há relatos de que ocorreram interrupções no abastecimento durante toda a semana. Às 23h15min, quando a situação começou a ser controlada, os presidiários pararam com os gritos da janelas do presídio.
A companheira de um preso disse que na terça-feira faltou luz durante o horário de visita e que, por isso, as mulheres não puderam esquentar as refeições.
Outra reclamação dos detentos é que a greve dos ônibus, em Porto Alegre, tem prejudicado o descolamento de mulheres e parentes para visitas até o Presídio Central.