Os preços do petróleo foram pegos por ventos contraditórios nesta segunda-feira (3), impulsionados pela incerteza em torno das tarifas alfandegárias propostas por Donald Trump, e contidos pela manutenção do calendário de aumento da produção da Opep.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril, que é usado pela primeira vez como contrato de referência, subiu 0,38% para 75,96 dólares.
Seu equivalente americano, o West Texas Intermediate (WTI), para entrega em março, avançou 0,87% a 73,16 dólares, após ter subido até 75,18 dólares durante a sessão.
O petróleo subiu fortemente no início da sessão, especialmente o WTI, devido às tarifas anunciadas no sábado pelo presidente americano para o Canadá, México e China.
No entanto, na segunda-feira, Trump concordou em suspender por um mês a aplicação das tarifas sobre as importações mexicanas e canadenses.
Como o Canadá é "o primeiro fornecedor de petróleo" dos Estados Unidos, a aplicação de tarifas "perturbaria o mercado", comentou à AFP John Kilduff, da Again Capital.
Cerca de 60% do petróleo importado por Washington provém de seu vizinho do norte, o que representa quase quatro milhões de barris diários.
Inicialmente, as tarifas sobre o petróleo tendem a elevar os preços devido às "fricções adicionais na logística do transporte", explicou Bjarne Schieldrp, do banco sueco SEB.
Em um momento seguinte, se a taxação entrar em vigor, "a produção de petróleo e o refino nos Estados Unidos estarão sob forte pressão", confirmou Mukesh Sahdev, analista da Rystad Energy.
Por outro lado, os preços do petróleo foram contidos nesta segunda-feira pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) de manter seu calendário de aumento da produção.
Segundo o plano atual, uma primeira parcela de 2,2 milhões de barris diários será gradualmente colocada no mercado a partir de abril, a um ritmo de 120.000 barris diários a mais por mês durante 18 meses.
A Opep+ havia adiado várias vezes a reintrodução desses volumes, que correspondem aos cortes voluntários adicionais de produção acordados por oito países - incluindo Arábia Saudita e Rússia, pilares do grupo.
* AFP