
A madrugada desta sexta-feira (11) era de comemoração para o atletismo brasileiro e em especial para a Sogipa. Afinal, Almir Junior havia saltado 17m22cm na final do Mundial Indoor, em Nanjing, na China, e conquistado a segunda medalha de sua carreira na história da competição.
Prata em 2018, em Birmingham, na Inglaterra, o mato-grossense radicado em Porto Alegre há 15 anos, subiria no pódio para receber a medalha de bronze, superando inclusive o atual campeão da prova, Hugues Fabrice Zango, de Burkina Faso.
Apelo negado
Mas horas depois, um recurso do próprio Zango e do jamaicano Jordan Scott, que terminou em quinto, fez a World Athletics desclassificar o brasileiro pelo uso indevido de suas sapatilhas.
A delegação brasileira apelou, mas teve seu pedido negado. Conversei com Edemar Alves, um dos oficiais da CBAt e chefe da delegação brasileira na China para saber os motivos da eliminação do sogipano.
— A gente está ainda digerindo essa informação (desclassificação). A World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) soltou uma normativa que a partir de 1º de novembro de 2024 todas as sapatilhas não poderiam ter mais de 20 milímetros de solado. E no caso da sapatilha usada (pelo Almir) ela tinha 25 milímetros — disse Edemar em mensagem de áudio.
"Almir não tinha essa informação"
Segundo ele, o atleta competiu sem saber que o material estava fora dos padrões.
— O Almir não tinha essa informação e ele acreditou que por ela ter sido fornecida pelo patrocinador dele, a sapatilha estava apta. A regra é isso. Era 25 milímetros e passou a ser 20 milímetros a partir de 1º de novembro de 2024 — lamentou o dirigente.
Para Almir resta saber que o caminho está correto e que após disputar a final dos Jogos de Paris, ele voltou a mostrar que segue evoluindo e que tem todas as condições de seguir brigando com os melhores do mundo. Quem sabe a redenção venha em setembro, em Tóquio, onde será disputado o Mundial a céu aberto.