Devido a suspensão da Divisão de Acesso pelo menos até o dia 31 de março, o Inter-SM e o São Gabriel decidiram liberar seus jogadores por tempo indeterminado. Em Santa Maria, os jogadores ainda treinaram na manhã de quarta-feira (18), mas à tarde, foi tomada a decisão pela dispensa. Cerca de 15 jogadores que não são do Rio Grande do Sul, serão levados de van até o Aeroporto Salgado Filho para voltarem as suas casas. Tudo será custeado pelo clube. No São Gabriel, a primeira medida seria manter os atletas de outros estados no alojamento do Estádio Silvio de Faria Corrêa. Porém, depois, todos foram liberados. Porém, os que não moram em solo gaúcho, terão que custear a própria passagem. Nos dois clubes, as atividades das escolinhas e dos times sub-17.
Conforme o presidente do São Gabriel, Roque Hermes, há dinheiro para pagar apenas o restante do mês de março. Como não há jogos, não há renda de bilheteria. Além disso, patrocinadores podem interromper o repasse de verbas. O dirigente também se diz preocupado com o fato de o campeonato não ser retomado após esses 15 dias de paralisação e os jogadores precisarem ter os contratos rescindidos. Segundo ele, isso poderia abrir precedentes para processos trabalhistas, o que levaria o clube à falência.
— Entendo que essa medida vai aumentar, com isso, o campeonato pode ser encerrado ou recomeçado em alguns meses, porque o Acesso pode ser realizado no segundo semestre. Mas, e os vínculos trabalhistas? E as consequências que vão surgir em virtude disso? De que maneira os clubes vão conseguir honrar esses compromissos? É a pior situação que estou enfrentando em 20 anos de futebol — questiona Hermes.
No Inter-SM, também da Região Central, a situação é parecida. O presidente Jauri Daros diz que o planejamento financeiro é feito com a renda dos jogos, que representa uma arrecadação que corresponde a 85% do valor da folha de pagamento. Sem esses recursos, só há dinheiro para pagar os jogadores e funcionários referente aos dias trabalhados no mês de março.
O presidente diz que a situação de momento é de indefinição sobre o futuro do clube.
— A gente está meio perdido. Tínhamos um planejamento a ser seguido, com prazos, arrecadação com os jogos. Eu estou meio perdido, sem saber o que fazer. Tudo que fizemos dependemos de dinheiro, e nesse momento o clube está com o caixa zerado. Para manter os atletas até passar essa onda é muito difícil, tem que ter um aporte financeiro de alguma forma. Não sei o que fazer no momento. Foi uma bomba atômica jogada no meio do clube — ressalta Daros.
Após três jogos disputados na competição, o Inter-SM é o segundo colocado do Grupo B com cinco pontos, após uma vitória e dois empates. O São Gabriel é o quinto com três pontos conquistados, depois de uma vitória e duas derrotas.