
A estreia do Inter na Libertadores será contra um adversário que enfrentará outras três vezes, no mínimo, em 2025. E que é uma da sensações do ano. O Bahia avançou da fase preliminar da competição sul-americana, está em curva ascendente, empolgado pela campanha na temporada e com investimento para brigar pelo sonho.
O time de Rogério Ceni abre o calendário continental do Colorado a partir das 19h de quinta-feira (3). É um time com muitos pontos positivos a serem cuidados e alguns negativos a serem explorados.
Poder de investimento para qualificar o elenco
É unânime que o Bahia mudou seu patamar após a aquisição pelo Grupo City. Desde a SAF, o clube já recebeu mais de R$ 200 milhões em reforços. Inclusive, ganhou do próprio Inter a concorrência direta por Jean Lucas, por exemplo. Buscou nomes desejados por toda a América do Sul, como o atacante uruguaio Luciano Rodríguez, o ponta Erick Pulga, o experiente centroavante Willian José, entre outros. Conta no grupo com Everton Ribeiro, Cauly, Gilberto e muitos jogadores com experiência em Série A.
O reflexo está nos números: em 20 jogos do grupo principal na temporada, foram 13 vitórias e apenas uma derrota, com 75% de aproveitamento. Paira uma grande empolgação na Fonte Nova, que deve estar lotada para apoiar a equipe diante do Inter.
Então começa por aí. O ambiente é positivo. Mesmo com o empate na estreia do Brasileirão contra os reservas do Corinthians, a torcida aplaudiu o time, dando força para o começo da caminhada na fase de grupos da Libertadores.
O Bahia tem um grupo equilibrado. Há basicamente dois jogadores por posição sem que haja maiores prejuízos. Esse reconhecimento já veio de fora. Perguntado sobre o respeito que o time tem passado para os adversários inclusive fora do Brasil, o técnico Rogério Ceni confirmou:
— Temos condições de enfrentar outros clubes que têm mais experiência na Libertadores.
Sistema tático
Outro mérito do Bahia é o jogo pelos lados. O técnico mexeu no sistema da equipe de um ano para o outro para aproveitar o máximo a ofensividade de seus laterais. Apontou Rafael Teles, do ge.globo de Salvador, ao analisar a partida diante do Corinthians:
— Contra o Corinthians não só "as" laterais, como também "os" laterais foram protagonistas. O gol do Bahia veio em jogada construída por Luciano Juba e finalizada por Gilberto, de cabeça dentro da área. O lateral-esquerdo começa o lance por dentro e abre caminho até a ponta esquerda, de onde sai o cruzamento que encontra o camisa 2.
De fato, essa ofensividade pelos lados é um dos grandes méritos de Ceni. Para Lucas Cézar, produtor de conteúdo do Canal do Bahia, a construção tática do time permite essa liberdade de ataque.
— O jogo pelos lados é uma das grandes virtudes, especialmente pela forte atuação dos pontas Erick Pulga e Ademir. Everton Ribeiro, Caio Alexandre e Jean Lucas são os condutores do meio-campo. E Rogério Ceni, esse ano, está utilizando um lateral por dentro, como um coringa, partindo de uma linha de três defensores, com Mingo, Kanu e Gabriel Xavier — explica.
Mas também há falhas, é claro. Uma é resumida por Lucas Cézar:
— O Bahia falha nas bolas aéreas pelos lados.
Isso é bom para o Inter justamente porque a construção pelos lados é uma das forças da equipe de Roger Machado. Mesmo que nem sempre seja por cima, os cruzamentos são armas poderosas do Inter, que resultaram em três dos quatro últimos gols da equipe (dois contra o Grêmio e um contra o Flamengo).
Outro ponto a ser explorado é que o Bahia tende a vazar quando pressionado. Contra o Corinthians, a equipe ficou com um jogador a menos após a expulsão de Everton Ribeiro e ficou só resistindo. Permitiu um gol, anulado por centímetros, e depois cedeu o empate aos 44 do segundo tempo. Na final do Baiano, diante do Vitória, ocorreu algo semelhante e também buscou a bola na rede. Nos últimos quatro jogos, levou gol em todos.
E tem ainda a experiência em Libertadores. Mesmo que conte com jogadores rodados, o time está fora da principal competição do continente há mais de 35 anos. É um ambiente novo que o Inter pode tentar tirar alguma vantagem.
Bahia em 2025 (grupo principal)
- 20 jogos
- 13 vitórias
- 8 empate
- 1 derrota
- 43 gols pró
- 10 gols contra
- 75% aproveitamento
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