Mesmo que o técnico Eduardo Coudet tenha dito que a lesão sentida por Rodrigo Lindoso foi a causa da saída do volante aos 39 minutos do primeiro tempo, o comportamento da equipe na vitória sobre o Tolima, nesta quarta-feira (27), precisa ser observado com maior atenção.
— Ele (Lindoso) estava com uma lesão. Penso que poderia seguir, mas estava incomodando. Ele me avisou, pedi para ter cuidado. Mais do que a lesão, penso que o time necessitava (da mudança). Poderíamos ter iniciado assim, mas na minha cabeça está passando que se tivéssemos de ser ousados com 60 ou 70 minutos, faria as mudanças. Se começo assim, não teria muito o que mexer depois caso fosse necessário. Sou um treinador que sempre foi criticado mais por atacar do que por defender. Eu gosto de atacar, mas era mata-mata e tínhamos um bom comportamento defensivo nos quatro jogos. Não sofremos gol, ganhamos de um rival que não perdia fora de casa desde setembro. Isso não é um dado pequeno. Estamos ganhando respeito — analisou o treinador.
Entre a substituição promovida antes do intervalo e a expulsão de D'Alessandro no início da segunda etapa, Edenilson passou a executar a segunda função do meio-campo. A amostra foi pequena — mais precisamente por 24 minutos — mas já serviu para apresentar um comportamento diferente do time colorado.
Maior movimentação
Depois de atuar como primeiro volante durante todo ano de 2019, Lindoso passou a jogar mais avançado com Coudet, mas não conseguiu fazer o jogo colorado fluir. A prova disso é que, embora tenha distribuído 30 passes enquanto esteve em campo, ficou atrás do trio de defesa (Musto, com 66, Bruno Fuchs, com 56, e Cuesta, com 50).
A partir de sua saída, Edenilson recuou para aquela zona do campo, mas não permaneceu posicionado no mesmo setor. Com toques curtos na bola e muita movimentação, o camisa 8 passou a dar uma transição mais rápida ao time. Mesmo com menos passes certos que Lindoso (23), liderou a estatística na segunda etapa.
Verticalidade
Outra grande diferença entre os dois jogadores está na contribuição ofensiva. Além de não ter feito nenhum desarme, nos cerca de 40 minutos em que atuou, Lindoso foi responsável por apenas um cruzamento, que não terminou em conclusão. Já Edenilson, após o intervalo, fez um desarme, dois lançamentos e deu um passe para finalização (nos minutos finais, de Guerrero).
Em contrapartida, Edenilson perdeu a posse da bola em três oportunidades. Caso seja efetivado na nova função, o volante precisará estar mais atento a este quesito. Pela zona que ocupa, mais próximo à área, basta um erro de passe ou desarme para que deixe o Inter vulnerável a contra-ataques.