Três vitórias seguidas no Brasileirão, uma delas fora de casa (algo que não ocorria na Série A desde a quarta rodada do campeonato de 2016, quando fez 1 a 0 no Santos, na Vila Belmiro), com oito gols marcados, além de dois jogos decididos nos acréscimos. Quem assistiu à derrota para o Flamengo no Maracanã, em 6 de maio, e à estratégia de sobrevivência no clássico da Arena, nem acredita que seja o mesmo time.
Em apenas 24 dias, a equipe de Odair Hellmann foi da derrota no Rio, ao retrancão no Gre-Nal, deixou as cercanias do Z-4 (e onde chegou a estar momentaneamente, antes de enfrentar a Chapecoense, numa segunda-feira noturna), e se infiltrou na zona de classificação à Libertadores de 2019 - apenas dois pontos atrás do atual líder, São Paulo. Um feito e tanto.
A partir do 0 a 0 com o Grêmio, o trabalho de Odair no Inter começou a se consolidar, a ameaça de demissão se dissipou, o CT Parque Gigante viveu dias de paz, e, sobretudo, o treinador encontrou um jeito de atacar em velocidade, sem correr grandes riscos defensivos.
Mesmo com a baixa de D'Alessandro, primeiro por lesão, depois por suspensão dupla, o time cresceu. A Daledependência parece ter desaparecido. A ascensão de Rodrigo Moledo como um líder técnico da equipe, mais a segurança defensiva (e ofensiva) que Zeca emprestou à defesa, fez com que Victor Cuesta e Rodrigo Dourado crescessem também. Ainda que a equipe tenha sofrido gols de Corinthians e de Vitória - jogo este que, de uma quase goleada no primeiro tempo, quando Rossi desperdiçou um pênalti no momento em que o Inter vencia por 2 a 0, acabou virando empate, com um triunfo dramático ao final, em contra-ataque puxado por Cuesta e com gol de Nico.
À frente, Lucca e Rossi deram a velocidade que o time não tinha. A dupla também deu ao Inter algo que há tempos o time necessitava: cruzamentos de qualidade. Mesmo que William Pottker viva má fase (e talvez saia da equipe com o retorno de Leandro Damião, neste sábado, diante do Sport), Nico López e a sua movimentação intensa no ataque no segundo tempo parecem suprir tal queda técnica.
Odair Hellmann havia dito após o Gre-Nal, que foi para se defender, mas também queria atacar, queria vencer o jogo, mas que a equipe não conseguiu. Tinha razão. Após o ferrolho na Arena, o Inter deslanchou a fazer gols. Foram três na Chapecoense, mais dois no Corinthians e novamente três na dramática vitória aos 49 minutos do segundo tempo no Barradão. Oito gols em três jogos. Antes disto, a equipe havia marcado apenas dois gols no Brasileirão, ambos na estria contra o Bahia, além de ficar mais de 30 dias sem fazer um gol sequer.
Neste sábado, no Beira-Rio, contra o Sport, o Inter poderá caminhar para a sua quarta vitória seguida e, assim, se manter entre os líderes do Brasileirão por mais uma rodada.