Algumas pessoas aprendem a amar o futebol desde a infância, como uma herança dos pais para os filhos. Outras sequer compreendem o sentimento que há entre torcedores e seus times do coração. E, entre essas, há ainda aquelas que veem a paixão pelo esporte aflorar ao longo da vida. Como é o caso de Denis Camargo, de 32 anos.
Há 12 anos, ele teve de voltar a morar em Santa Cruz do Sul, por problemas de saúde da mãe Zeloir. Foi então, que viu sua relação com o esporte ganhar outro significado.
— Minha ligação com o futebol começou no Avenida e foi ficando mais forte. Para mim, é muito bom, uma satisfação. Hoje, gosto demais de estar aqui, junto dessas pessoas que me ajudam muito. Aprendo bastante — conta Denis Camargo, auxiliar de campo do Avenida.
Gosto demais de estar aqui, junto dessas pessoas que me ajudam muito.
DENIS CAMARGO
auxiliar de campo do Avenida sobre o clube
Antes de iniciar sua trajetória no futebol, Denis dedicava toda a sua vida à música. Em Santa Catarina era uma espécie de "faz tudo" junto à banda San Francisco.
— Era vendedor da banda na época, ajudava o pessoal lá também. Quando os músicos precisavam sair, tomar uma água, intervalinho, daí eu subia, cantava, mas também fazia a parte da venda, CD, copo, DVD — relembra Queixo, como é conhecido.
Com uma rotina totalmente diferente, Queixo teve de se adaptar a sua nova profissão quando retornou a Santa Cruz do Sul. Foram quatro anos de experiência junto às categorias de base até que tivesse a oportunidade de iniciar os trabalhos junto ao profissional.
— Eu auxiliava na escolinha, fui pegando experiência e em 2017 tive essa chance. Hoje em dia, estou direto aqui (no estádio). Sempre chego pela manhã, pego o café para os jogadores, depois já preparo a água também. E aí venho para o campo e trago o material para os professores. Em dia de jogo é um pouco mais corrido. E, quando precisa, também trabalho como maqueiro. Se cai alguma bola fora do estádio, também vou lá e busco — detalha.
Acho que não conseguiria ficar longe do futebol
DENIS CAMARGO
auxiliar de campo do Avenida sobre o futuro
E foi "quebrando um galho" como gandula que Queixo virou notícia estadual. Durante um Gauchão, sua agilidade para buscar a bola que caiu atrás do muro do Estádio dos Eucaliptos chamou a atenção.
— Um dia caiu uma bola lá (atrás do muro) e eu vi que ia atrasar o jogo. Então, corri para ser rápido e quando cheguei no muro, pulei direto. O pessoal gravou, achou interessante, e repercutiu bastante na época — conta o auxiliar de campo, que chegou a ensinar Alice Bastos Neves a pular o muro.
Histórias como essa fazem com que Denis Camargo veja o sentimento pelo futebol crescer ainda mais a cada dia. Se antes ele não tinha ligação alguma com o esporte, agora não se imagina longe do Avenida.
— A gente se apega a esse lugar. Acho que não conseguiria ficar longe do futebol — finaliza.