
A ideia da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), avalizada pelo Ministério da Saúde, de liberar parcialmente o público em jogos da Série A do Brasileirão foi engavetada pela prefeitura de Porto Alegre. Em nota, o Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus diz que é "prematuro" liberar 30% da capacidade nos estádios, ainda que haja estabilidade na ocupação de leitos e na curva epidemiológica da Capital. O grupo calcula que, conforme o estudo da CBF, seriam cerca de 15 mil pessoas em cada estádio.
A prefeitura diz que a prioridade neste momento é a educação e, na sequência, "os setores que não tiveram ainda oportunidade de funcionar".
Na terça-feira (22), embasado no estudo da CBF, o Ministério da Saúde informou que a abertura deve ser para até 30% da capacidade dos estádios, podendo ter o limite aumentado posteriormente conforme decisão do gestor local.
Ao liberar as torcidas, diz nota da pasta, prefeitos e governadores devem levar em consideração a variação da curva epidemiológica, a taxa de ocupação de leitos clínicos e de UTI e a capacidade de resposta da rede de atenção à saúde local e regional.
A autorização do estudo foi dada pelo próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por meio de ofício encaminhado ao presidente da CBF, Rogério Caboclo. O aval não altera as regras na prática por enquanto, já que a decisão é restrita aos gestores locais. A CBF, no entanto, defende que a liberação deve ser feita de maneira uniforme em todo o Brasil.
No âmbito do governo do Estado, o gabinete de crise do Palácio Piratini se reúne nesta quinta-feira para discutir o assunto, mas, até o momento, integrantes da gestão informam que não tiveram acesso ao documento elaborado pela CBF. O grupo é formado por diversas pastas com a intenção de discutir ações de combate ao coronavírus.