
Tenho me manifestado sistematicamente sobre os constantes erros da arbitragem nos jogos do Gauchão e do quanto a ausência do debate para qualificar o serviço me preocupa.
Ainda assim, sou contrário a ideia de trazer árbitros de fora do Estado para apitar os jogos do nosso campeonato. Especialmente pelo motivo apresentado por quem defende esse movimento. A patrulha que aqui é feita para descobrir um possível clube na infância do profissional desqualifica qualquer discussão.
Árbitros cariocas apitam no Rio, paulistas em São Paulo, capixabas no Espírito Santo e gaúchos no Rio Grande do Sul. E possivelmente com erros em todos os Estados.
Não consigo conceber a ideia de passar por cima dos profissionais daqui com a alegação de que um dia torceram pelo Grêmio ou pelo Inter. É provinciano demais. Aliás, o Campeonato Gaúcho vai além da dupla Gre-Nal. Vamos ter Raphael Claus, de São Paulo, apitando São Luiz x Monsoon no ano que vem? Isso para citar um exemplo de árbitro e de partida, claro.
Vamos desconsiderar o escudo FIFA de Anderson Daronco ou de Rafael Klein, eleito melhor árbitro do Brasileirão do ano passado? Ou ainda Jean Pierre Lima, de boa atuação no Ca-Ju e na semifinal entre Caxias e Inter. Bráulio da Silva Machado teria uma atuação melhor por morar acima do Rio Mampituba?
Insisto que precisamos debater mais a qualidade da nossa arbitragem. Ela precisa melhorar, obviamente. Assim como os gramados, os estádios e a capacidade de investimento dos clubes. Mas cogitar árbitro de fora, com base na patrulha que é feita, é um grande retrocesso.