O Observatório Nacional da Violência contra Educadoras/es (Onve), apoiado pelo Ministério da Educação (MEC), lançou oficialmente nesta sexta-feira (7) a pesquisa nacional A violência contra educadores como ameaça à educação democrática: um estudo sobre a perseguição de educadores no Brasil. Os dados serão utilizados para elaborar políticas públicas sobre violência.
O evento de divulgação foi realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo o coordenador do Observatório, professor Fernando Penna, da Faculdade de Educação da UFF, todos os educadores da Educação Básica e do Ensino Superior - privado e público - podem participar. Os colaboradores podem narrar suas experiências ou relatar que nunca passaram por episódios de violência.
A pesquisa trabalhará com uma concepção de educadores que envolve todos os profissionais da educação, desde diretores, merendeiras, porteiros, técnicos de assuntos educacionais, além dos próprios professores. Ela poderá ser respondida por meio de formulário online encontrado no site do observatório. O questionário ficará disponível até o final de julho. Em agosto, será realizada a análise preliminar das respostas, prevendo-se a divulgação dos resultados em setembro.
— Nossa expectativa é que, se a gente conseguir dados significativos sobre a violência, eles possam ajudar na elaboração de políticas públicas pelo MEC e, também, pelos governos estaduais e municipais — pontuou Penna.
O diagnóstico do Observatório é que existe uma perseguição sistemática a educadores, um fenômeno menos discutido do que se deveria. No momento, a instituição tem três frentes principais de atuação: elaboração de uma pesquisa nacional, de protocolos de acolhimento jurídico e psicológico para educadores vítimas de violência no exercício de suas funções e de protocolos para o Disque 100.
O acordo de cooperação com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania prevê a elaboração de um protocolo específico de encaminhamento de violações de direitos humanos de educadores e educadoras. O Observatório ajudará na elaboração de um documento técnico visando criar um canal de denúncias em parceria com o Disque 100.
— Certamente, os dados da pesquisa vão contribuir para isso. O Disque 100 é uma política pública muito importante. Vai ser ótimo ter um protocolo específico para os professores e professoras reconhecidos como categoria vulnerável no Disque 100 — avalia Fernando Penna.