Alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Maria Cristina Chiká, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, tiveram de assistir às aulas no pátio na última semana devido ao forte calor nos contêineres onde eles estudam – estrutura improvisada para substituir o prédio do colégio, que ainda não está pronto.
As obras na escola começaram em 2014 e ainda não foram concluídas. Desde então, parte dos alunos tem aulas em contêineres. O prédio novo está 95% pronto há mais de um ano, mas, como as obras ocupam espaço, as crianças não têm recreio, pátio e biblioteca.
Os alunos são divididos entre o prédio antigo e os contêineres, e os horários das aulas são improvisados porque não há espaço suficiente para todos – assim, muitos períodos precisam ser recuperados no sábado. O novo prédio tem ginásio poliesportivo, banheiros, elevador e dois laboratórios, mas ainda não pode ser utilizado.
Em diversos dias da última semana, incluindo a última terça-feira (26), cerca de 25 alunos do 4º ano tiveram de assistir às aulas na rua:
— O calor dentro do contêiner é insuportável. Temos colocado os alunos na rua com frequência, porque os dias estão sendo muito quentes. Hoje, que está friozinho, deu para colocá-los nos contêineres. Mas a obra da escola, mesmo, não foi retomada ainda — conta uma funcionária.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informa que tem conhecimento de que as estruturas são quentes e, por isso, está fazendo o possível para que a obra da escola seja concluída antes do verão. O prazo dado em junho era de conclusão em quatro meses – falta apenas um.
Conforme a Seduc, o avanço dos últimos três meses foi a questão de documentação. O edital para uma subestação de energia deve ser aberto nesta semana e, depois disso, a obra deve ser concluída em cerca de 15 dias, já que é um serviço “que não é complexo”. Já a reforma do prédio em si necessita apenas de detalhes, segundo a Seduc, e as obras devem começar dentro de duas semanas.
O recurso para parte dos reparos é do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), que anunciou neste ano empréstimo de R$ 38,2 milhões milhões para obras de reformas em colégios.