
A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 1,31% em fevereiro, após registrar 0,16% no mês anterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta é a maior alta para um mês de fevereiro em 22 anos — em 2003, havia ficado em 1,57%. É também a maior taxa desde março de 2022 (1,62%). No ano, o IPCA acumula alta de 1,47%. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,06%.
Todos os nove grupos pesquisados pelo IBGE tiveram aumento nos preços no mês. A alta foi influenciada especialmente pelo grupo habitação — 4,44% em fevereiro — , especialmente em razão do aumento de 16,8% na energia elétrica residencial.
— Essa alta se deu em razão do fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos em faturas no mês de janeiro. Com isso, o sub-item energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,8% em fevereiro — explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
A maior variação foi observada no grupo educação, com alta de 4,7%. Fernando explica que esse aumento se deu em razão dos reajustes nas mensalidades escolares praticados no início do ano letivo.
Destacam-se, também, as altas nos grupos alimentação e bebidas (0,70%), com a continuidade da inflação dos alimentos, e Transportes (0,61%).
Mesmo em alta, alimentos tem desaceleração
Ainda que siga em alta, o grupo alimentação e bebidas teve desaceleração em relação ao mês de janeiro, quando ficou em 0,96%.
Entre as altas, destacam-se o ovo de (15,39%) e o café moído (10,77%).
No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).
— O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, e, também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta — esclarece Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
O grupo transportes, com 0,61% de variação, também desacelerou em relação a janeiro, quando ficou em 1,3%.
Grupos do IPCA em fevereiro
- Alimentação e bebidas: 0,7%
- Habitação: 4,44%
- Artigos de residência: 0,44%
- Vestuário: 0,0%
- Transportes: 0,61%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,49%
- Despesas pessoais: 0,13%
- Educação: 4,7%
- Comunicação: 0,17%
Porto Alegre tem inflação de 1,29%
Em fevereiro, Porto Alegre teve inflação de 1,29%. É a quinta menor taxa do país entre as capitais. No mês anterior, a cidade teve deflação de de 0,03%.
Atrás de Porto Alegre, com as menores variações, ficaram Fortaleza (1,03%), Rio Branco (1,06%), Goiânia (1,16%) e São Paulo (1,18%).
Assim como em janeiro a maior alta entre as capitais foi em Aracaju, com variação de 1,64%, influenciada pela alta da energia elétrica residencial (19,20%) e da gasolina (3,29%).