
A modalidade queridinha do brasileiro, o Pix passará por mudanças a partir de abril. O Banco Central anunciou na semana passada que quase 10 milhões de chaves ligadas a situações irregulares na Receita Federal serão excluídas do sistema de transferências em tempo real.
CPFs e CNPJs com dívidas tributárias não terão as chaves suspensas ou excluídas, destaca o BC.
O objetivo principal é aumentar a segurança do PIX, evitando golpes.
Presente só no Brasil, a modalidade gera bilhões em perdas. Uma pesquisa da ACI Worldwide, em parceria com a GlobalData, projeta R$ 3,7 bilhões em golpes aplicados pelo Pix até 2027.
Pix: o que muda em abril
- Suspensão de chaves PIX: as que estão irregulares na base de dados da Receita devem ser suspensas. São: 8 milhões de CPFs e outros 1,7 milhão de CNPJs
- Chaves do tipo e-mail não poderão mais mudar de dono. A flexibilidade permanece apenas para chaves vinculadas a números de celular pré-pago
- As chaves aleatórias não poderão ser alteradas. A orientação é que sejam excluídas e criadas outras novas
— Ninguém vai poder vincular o nome de uma empresa conhecida a um CNPJ que não seja dessa empresa, ou a um CPF qualquer — afirma Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central.
Números de CPF de pessoas mortas também são utilizados em estelionatos, bem como números de CNPJ de empresas que já foram fechadas ou que estão com a atividade suspensa.
Sistema "robusto e resiliente"
Funcionando 24 por dia, o ecossistema do Pix também tem equipe de manutenção que trabalha em regime 24x7, ou seja, 24 horas por dias, sete dias por semana. É considerado pelo próprio Banco Central como um sistema "robusto e resiliente".
Ainda assim, eventualmente, o Pix passa por instabilidade, como as ocorridas em fevereiro. Na ocasião, clientes de instituições como Nubank, Itaú, PicPay, Bradesco, C6 Bank, Banco Inter, Caixa Econômica Federal, Santander, Sicredi e Banrisul não conseguiram realizar transações.
Mas, de acordo como BC, mesmo com demanda elevada, o sistema está preparado. Inclusive, o Pix por aproximação entrou em operação no final de fevereiro, facilitando compras durante o período do Carnaval. A modalidade é semelhante a que já é utilizada com dados de cartões de débito e crédito.
De acordo com o Banco Central, para 2025, o orçamento de manutenção do Pix é de R$ 67,6 milhões. O valor é maior do que em 2024 e 2023, quando foi de R$ 44,4 milhões e R$ 53,5 milhões, respectivamente.
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