A menos de três meses para o verão - e com os dias quentes já dando as caras -, há quem esteja em busca de alternativas para definir melhor o corpo antes da chegada do calor. Além da alimentação equilibrada e de uma rotina de exercícios físicos, fundamentais para uma vida saudável, há procedimentos como a drenagem linfática, que podem ajudar na busca do resultado esperado.
Com toques suaves, essa "terapia manual" ajuda a diminuir o inchaço do corpo, provocado pela retenção de líquidos, explica a fisioterapeuta Ana Paula Scapinello. Isso ocorre por conta dos movimentos aplicados em cada técnica, que otimizam e facilitam o retorno do líquido das células para o sistema venoso. Na prática, quem se submete a uma drenagem linfática acaba reduzindo alguns centímetros no corpo - que são variáveis de pessoa para pessoa.
Além disso, o procedimento ativa o sistema imunológico, promove o relaxamento e melhora o aspecto da celulite, principalmente em graus iniciais e moderados.
Qual método escolher?
Independentemente do método, a drenagem linfática terá os mesmos benefícios principais, indicações e contraindicações, diz Ana Paula. A diferença entre cada técnica está nas manobras com que são realizadas.
— A escolha sempre será da cliente, de qual método ela se sente melhor fazendo ou de qual ela vê um melhor resultado. Costumo fazer uma mescla de dois métodos pois acredito que um melhora o outro — diz a fisioterapeuta.
Ficou curiosa? Listamos cinco métodos que são apostas de profissionais consultadas por Donna para o verão. Confira:
Renata França
Método queridinho das famosas, conquistou uma clientela do porte de Taís Araújo, Bruna Marquezine e Ivete Sangalo nos últimos anos. Tem como diferencial a pressão e a velocidade exercida, e promove resultados desde a primeira sessão, explica Ana Paula.
A esteticista Ana Beatriz Rocha, especialista em drenagem linfática manual e uma das pioneiras no método Renata França em Porto Alegre, explica que a drenagem pode ser feita com seis técnicas diferentes, sendo quatro voltadas para perda de medidas no corpo e no rosto. São elas:
Drenagem Renata França
Técnica manual de drenagem linfática indicada para quem reclama de retenção de líquidos. Diferentemente da drenagem tradicional, a pressão é firme e o ritmo é acelerado, explica Ana Beatriz. De acordo com a profissional, reduz o inchaço, melhora a circulação sanguínea e a celulite, além de desintoxicar e acelerar o metabolismo.
— É possível notar a diferença durante o atendimento. O excesso de líquido sai durante a sessão — garante a esteticista.
Massagem modeladora Renata França
Com manobras mais vigorosas e firmes, é indicada para quem busca remodelar a silhueta.
— A gordura é remodelável e, por isso, é possível dar um novo formato ao corpo durante a sessão. O resultado é maravilhoso — diz Ana Beatriz.
Miracle Touch
Técnica que mescla as manobras da drenagem e da massagem modeladora na mesma sessão. Não é à toa que ganhou esse nome: é uma "lipoescultura manual" que tem um "toque diferenciado", afirma a esteticista.
Entre os benefícios prometidos, estão a melhora na textura da pele e da celulite e a redução de medidas - além de uma diminuição do inchaço ainda durante a sessão. Segundo a profissional, é a frequência com que a pessoa se submete à massagem que pode garantir um corpo mais desenhado.
Miracle face
Técnica que mescla drenagem e massagem modeladora para o rosto. As manobras ajudam a desinchar e dar um novo contorno à face. Além disso, promovem a revitalização natural da pele, garante Ana Beatriz. Os resultados também são imediatos. Além dos benefícios estéticos, a esteticista conta que o método traz "uma sensação muito relaxante".
Amanda Fernandes
Outro método atual que leva o nome de sua criadora. Seu diferencial é associar, além de pressão e velocidade, técnicas de respiração, posturas e alongamentos.
De acordo com a fisioterapeuta Ana Paula, a técnica promove a redução do inchaço e, consequentemente, de medidas, desde a primeira sessão.
Os métodos abaixo são considerados os mais "clássicos" da drenagem linfática.
Vodder
Criado pelo médico dinamarquês Emil Vodder e sua esposa Estrid, em 1932, foi o primeiro método de drenagem linfática da história, como explica a fisioterapeuta. Aperfeiçoado ao longo dos anos, hoje é realizado de maneira suave e lenta, com manobras em forma de círculo com as mãos e o polegar e pressão em bracelete.
Leduc
Albert Leduc foi aluno do casal Vodder na Bélgica. Após pesquisas, desenvolveu seu próprio método de drenagem linfática manual. A técnica também consiste em estimular o sistema linfático com movimentos circulares, mas seu principal diferença é não iniciar a massagem pela região do pescoço, conta Ana Paula.
Pode-se utilizar bandagens ou peças compressiva após a massagem, acrescenta a fisioterapeuta.
Godoy Godoy
Método desenvolvido pelo médico e cirurgião vascular José Maria Pereira de Godoy e pela médica Maria de Fátima Guerreiro Godoy, que é terapeuta ocupacional. Consiste na utilização de roletes que seguem o fluxo dos vasos linfáticos e mantém a sequência de drenagem descrita por Vodder, explica Ana Paula.
Além dos roletes, pode-se fazer uso de outros instrumentos que permitam a realização da drenagem no sentido dos vasos linfáticos ou da corrente linfática. O método Godoy valoriza o estímulo da região cervical como importante parte da técnica, aponta a fisioterapeuta, e chegou para modificar a técnica que, até então, centrava-se nos movimentos circulares.
Antes de fazer uma drenagem
Para garantir os melhores resultados, Ana Paula lembra que é preciso associar a drenagem com uma dieta equilibrada e atividade física. Quando você se exercita, pode aumentar de 10 a 30% o fluxo linfático, que facilita o procedimento. Mas os resultados podem variar de acordo com cada organismo.
A fisioterapeuta salienta que a drenagem nunca deve doer ou deixar hematomas.
Os métodos são indicados para quem sofre com edema/linfedemas, mulheres que estão período de TPM (quando ficam mais inchadas), gestantes (com recomendação médica) e pacientes no pré e no pós-operatório (também com recomendação médica). Entre as contraindicações, estão pessoas que tem trombose/tromboflebites, hipertensão não controlada e insuficiência cardíaca e renal. Pacientes que estejam com febre, infecções agudas ou ferimentos abertos também não devem se submeter à drenagem.