Comida viva. Apesar de ter amigos vegetarianos e veganos desde a adolescência, não conhecia o conceito. Trata-se de uma dieta baseada em alimentos vegetais crus. Achei interessante e fui conhecer o Raw. O Thomas aceitou meu convite e lá fomos nós rumo ao Bom Fim.
O restaurante fica em uma casinha muito charmosa (adoro as casas antigas de Porto Alegre!) na Tomaz Flores, quase esquina com a Vasco da Gama. O cardápio está escrito na fachada da casa e também fica disponível no site e nas redes sociais.
Cada dia é um menu diferente, com salada de entrada, prato principal e sobremesa. A refeição é acompanhada de água aromatizada, mas se você quiser um suco, pode comprar na lojinha (aliás, comprei alguns produtos depois do almoço, tem meu relato no fim deste texto).
A decoração dá uma ar aconchegante ao lugar - que está sempre cheio na hora do almoço, então vale a pena reservar. O atendimento é bem simpático e agilizado, mal chegamos e já tínhamos água e salada na mesa.
A salada tinha folhas verdes, cenoura, beterraba, cebola, couve, banana, gergelim e um repolho temperado, tudo acompanhado de um molho à base de beterraba. Não tem azeite ou sal na mesa, também não pedi (por isso não posso afirmar se a casa oferece). Gosto de viver a experiência como o lugar propõe, senão perde o sentido provar novos sabores.
Depois de um tempo, hora do prato principal. Antes do prato chegar, ficamos alguns minutos tentando adivinhar se o talharim de abobrinha ao molho funghi e vagem marinado iam ser totalmente crus. A resposta estava bem ao nosso lado, na parede.
O prato chegou! Gostei da apresentação e logo de cara um sabor me chamou atenção: queijo? Sim, mas queijo de castanha. Tem sabor de queijo e textura de castanha, muito interessante e uma delícia (pare de torcer esse nariz e vá provar!).
O talharim de abobrinha eu já tinha provado (é muito fácil de fazer em casa, recomendo) e o molho funghi foi um dos mais gostosos que já comi. Leve, bem temperado e combinou muito bem com a abobrinha e as vagens. Tá curioso, eu sei, o prato veio quente. Não é quente de queimar, é morno. No fim, me arrependi de não ter pedido uma colher para comer todo o molho que ficou no prato.
Eu, como sempre almoço pensando na sobremesa, estava curiosa para provar a tortinha de abacaxi. É uma tortinha mesmo, bem pequena, mas o sabor é espetacular. Doce na medida certa e com uma massa muito saborosa. Por mim, poderia vir três para cada um!
O Thomas ainda provou o café orgânico passado. Esse também não veio muito quente, vale ressaltar.
Na saída, comprei um branquinho de castanhas, um shake de banana, leite de amêndoas e chia, e um iogurte de leite de amêndoas com morango. O branquinho é uma massinha de castanha, muito gostosa, mas não tem nada a ver com branquinho. Mal coloquei o pé para fora e fui provando o shake de banana. Não é cremoso como uma vitamina com leite de vaca, mas o sabor é muito bom.
Preciso confessar, achei que ficaria com fome. Não porque a quantidade de comida foi pouca, mas quem come carne tem uma sensação de saciedade bem diferente. No fim, saí bem feliz e satisfeita. Tive fome à tarde, como sempre acontece, não importa minha refeição, então provei o iogurte de morango. Saboroso e com uma textura completamente diferente. Gostei, mas não foi o meu preferido dos três itens.
O almoço saiu R$ 30 para cada (sem 10%, que não é cobrado). É um pouco pesado para comer todos os dias, mas achei um valor justo pela experiência, pelo lugar e pelo atendimento. Se você realmente gosta de comer, realmente gosta de provar coisas diferentes, o RAW é o seu lugar. Vá de coração aberto e aproveite a experiência, vale a pena. É muito legal conhecer novos conceitos de culinária e estilos de vida. Você não precisa adotar nada, mas amplia suas ideias e ajuda a aprimorar seu paladar.
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RAW: comida viva e com sabor surpreendente
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