Outro filme recente paulistano igualmente premiado a estrear nesta semana na Capital é A Bruta Flor do Querer (2013), em cartaz na Sala Eduardo Hirtz. Vencedor dos Kikitos de melhor direção e fotografia no 41º Festival de Gramado, a produção marca a estreia em longa-metragem da dupla de jovens realizadores Andradina Azevedo e Dida Andrade – que repetem no formato o frescor e a experimentação apresentados em seus três premiados curtas anteriores.
A trama acompanha Diego (o próprio Dida), rapaz recém-formado na escola de cinema que trabalha como cinegrafista de casamentos para se sustentar e alimenta uma paixão platônica pela atendente de um sebo (papel da atriz Diana Motta) – garota que deseja, mas de quem tem medo de se aproximar. O melhor amigo de Diego, confidente de suas frustrações profissionais e amorosas, é interpretado justamente por Andradina – o outro diretor de A Bruta Flor do Querer.
Esse jogo metalinguístico é um dos destaques inteligentes da história: enquanto desconversa quando lhe perguntam se está realmente preparando seu primeiro longa-metragem, o personagem Diego debate com o parceiro a respeito da realização de um filme – que supostamente é o que estamos vendo na tela. Além da honestidade com que o protagonista expõe suas inseguranças – conquistando de imediato a simpatia do público com sua transparência –, merece ainda destaque em A Bruta Flor do Querer a trilha sonora vintage, composta por sucessos brasileiros dos anos 1960 e 1970 como Baby, com Gal Costa, Meu Refrigerador Não Funciona, dos Mutantes, e 20 Anos Blues, interpretada por Elis Regina.
A BRUTA FLOR DO QUERER
De Andradina Azevedo e Dida Andrade Drama, Brasil, 2013, 76min, 16 anos.
Em cartaz na Sala Eduardo Hirtz,às 19h30min.
Cotação:4