Ninguém cria uma vinícola pensando apenas em uma geração. Esta é uma das afirmações do quinto episódio do podcast “Vai de Vinho Brasileiro”, já disponível. Com o tema sustentabilidade em pauta, especialistas em vitivinicultura analisam os fatores que tornam essa cadeia produtiva uma fortaleza capaz de atravessar séculos e destacam os pontos essenciais para que isso se concretize.
Produzido pelo Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), o “Vai de Vinho Brasileiro” discute temas relevantes para o setor. Após abordar assuntos como a história do vinho brasileiro, o terroir e as uvas características do país, o projeto se debruça sobre um tema essencial: a perenidade.
– A sustentabilidade na viticultura envolve diversos fatores. É necessário considerar as questões ambientais, econômicas e sociais. No caso específico da uva, temos ainda um fator cultural significativo. Por isso, a sustentabilidade cultural também deve ser levada em conta – explica um dos convidados, Hélio Marchioro, diretor-executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e conselheiro do Consevitis-RS.
Entre as questões ambientais está o cuidado com os recursos naturais e, mais especificamente, o manejo das videiras. Para discutir esse tema, o “Vai de Vinho Brasileiro” recebe também o entomologista Marcos Botton, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho. Segundo ele, sustentabilidade também significa perpetuar o plantio e manter as videiras vivas. Além do comportamento dos produtores e de toda a cadeia produtiva, o especialista atribui um papel importante aos consumidores:
– Ao consumir vinho brasileiro, garantimos que os filhos dos produtores permaneçam no campo. – defende Botton.
Dentro da perspectiva de continuidade, Ricardo Pagno, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Flores da Cunha e Nova Pádua e conselheiro do Consevitis-RS, destaca que a gestão da sucessão familiar é crucial para a sustentabilidade na vitivinicultura:
– Este ano comemoramos 150 anos da imigração italiana, e espero que daqui a 150 anos ainda tenhamos uvas na região. Para isso, é essencial garantir a sucessão. Nossa agricultura está envelhecendo, e precisamos encontrar formas de manter os jovens produzindo uvas aqui na Serra – alerta Pagno.
Hélio Marchioro ressalta que o tema sustentabilidade está em alta por uma questão de necessidade, e não por moda. Conduzido por Daniel Perches, o quinto episódio chama atenção para pontos críticos no quesito sustentabilidade, e ainda exalta as potencialidades das uvas e dos vinhos brasileiros.