Se Pedro Sampaio fechou a primeira noite do Planeta Atlântida 2025 em alto nível, coube aos colegas da música eletrônica do Dubdogz a missão de repetir a dose no dia seguinte — concluindo, assim, a 28ª edição do festival. A troca entre os artistas e o público mostrou que a decisão foi acertada.
O duo de DJs Dubdogz é formado pelos irmãos gêmeos Marcos Ruback Schmidt e Lucas Ruback Schmidt. Nascidos em Juiz de Fora, Minas Gerais, os dois integram a lista de cem melhores DJS do mundo da revista britânica DJ MAG, a mais importante do gênero — eles estão na posição 64.
O prestígio foi explicado durante a apresentação. Depois de uma inesperada apresentação realizada por Diogo Defante e Rafael Portugal, em vídeo, a dupla subiu ao palco às 3h19min de domingo (2), entregando aos planetários o seu mais recente projeto, a Dogz Parade, que tem como objetivo de transformar as apresentações em uma espécie de carnaval.
Para isso, os gêmeos decidiram abraçar uma temática que abrange a brasilidade reimaginada no contexto da música eletrônica. Com essa proposta, o palco Planeta ganhou um show de cores e de luzes, a partir dos telões e labaredas que subiam a todo momento — os planetários, inclusive, colocaram óculos de sol, na maior vibe rave.
As músicas apresentadas pelos irmãos aos presentes na Saba eram versões suas de sucessos internacionais, como Feel So Close, de Calvin Harris, Play Hard, de David Guetta, We Found Love, hit de Rihanna com Calvin Harris e Sweet Dreams, do grupo britânico Eurythmics. O Brasil apareceu com o remix de Ai Ai Ai, eternizada por Vanessa da Mata.
Mas, pelo visto, as escolhas do setlist foram certeiras, visto que o público presente embarcou na jornada dos mineiros — que começou apenas semipsicodélica.
Os planetários dançaram durante toda a apresentação, que trouxe a brasilidade lá pela metade, transformando-se em uma animal party. Os relógios marcavam 3h36min quando pessoas fantasiadas como animais adentraram o palco — iam de arara azul com dificuldade de se equilibrar na perna de pau a onça pintada sobre a mesa das picapes.
Neste momento, a psicodelia já era total e Titanium, de Sia com David Guetta, ditou o tom enquanto a bicharada assumia os seus postos.
A festa promovida pelos irmãos até poderia parecer um sonho esquisito, mas agradou ao público que ficou até o último minuto do festival. A apresentação ainda teve espaço para bolas infláveis coloridas arremessadas para a plateia, que curtiu a brincadeira e ficou jogando.
Em meio a muito papel picado, o show terminou às 4h38min, seguido por fogos de artifício e a promessa de um Planeta Atlântida ainda mais especial em 2026, quando o festival irá comemorar seus 30 anos.