O que primeiro chama a atenção em Infiltrado na Klan é sua atualidade. Embora a fantástica trama de infiltração do policial Ron Stallworth na Ku Klux Klan tenha acontecido nos anos 1970, as semelhanças com certas palavras e atitudes do atual governo americano são muito evidentes para passar em branco. Só para ficar num exemplo: o chefe da organização que clama por supremacia branca, David Duke, não é um brutamontes idiota, mas um político sutil, com ambições de chegar ao poder. A analogia com Donald Trump fica por conta do espectador, mas não faltam dicas ao longo do filme (aliás, Duke foi apoiador da candidatura Jair Bolsonaro no Brasil).
Dentro das linhas inimigas
"Infiltrados na Klan": Spike Lee é um cineasta militante e isso não diminui seu talento
Cineasta militante não significa tomar a câmera e sair por aí filmando. Lee sabe o que faz a cada cena
Inácio Araujo/Folhapress