
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que as tarifas sobre os produtos chineses irão aumentar para 125% "com efeito imediato".
O republicano também declarou redução de tarifas recíprocas para 10% e pausa de 90 dias para os países que não retaliaram. No Brasil, por exemplo, será mantida a tarifa global de 10%.
O republicano destacou que a decisão ocorre "com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais".
Veja o que disse Trump
"Em algum momento, espero que em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de roubo dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, do Tesouro e o USTR, para negociar uma solução para os assuntos que estão sendo discutidos em relação a comércio, barreiras comerciais, tarifas, manipulação de moedas e tarifas não monetárias, e que esses países não tenham, por minha forte sugestão, retaliado de qualquer maneira, forma ou jeito contra os Estados Unidos, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com vigência imediata", escreveu o republicano na rede Truth Social.
Guerra comercial
A guerra comercial começou na semana passada, quando, no dia 2 de abril, Trump aplicou tarifas a produtos de diversos países, inclusive ao Brasil, com alíquota de 10%.
O impasse com a China, contudo, é maior, já que, em retaliação aos EUA, o país asiático informou que passará a tarifar em 84% os produtos norte-americanos. A nova tarifa chinesa representa uma alta de 50% sobre os 34% que já haviam sido anunciados pelo governo chinês na semana passada.
Comércio entre China-EUA pode diminuir até 80%, diz OMC
A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, afirmou, em declaração publicada nesta quarta-feira (9), que a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China representa "um risco significativo de uma forte contração do comércio bilateral". Disse também que projeções preliminares sugerem que o comércio de mercadorias entre as duas economias pode diminuir em até 80%.
Segundo a representante do cartel, os efeitos macroeconômicos negativos não se limitarão aos dois países, mas se estenderão a outras economias, especialmente às nações menos desenvolvidas. "Uma divisão da economia global em dois blocos poderia levar a uma redução de longo prazo do PIB real global em quase 7%", acrescentou.
"O desvio de comércio continua sendo uma ameaça imediata e urgente, que exige uma resposta global coordenada", escreveu Okonjo-Iweala, ao instar todos os membros da OMC a enfrentarem o que classificou como "desafio" por meio da cooperação e do diálogo.