Visto a distância, o conjunto de edifícios decrépitos se parece com escombros que resistem onde há tempos não existe mais vida. Quando a câmera se aproxima, porém, percebe-se ali pulsando uma ferida que simboliza como a falência do poder público engrossa, dia a dia, as estatísticas da violência urbana. Porque, assim mostra o documentário Central, abarrotar presídios com criminosos atirados às condições mais degradantes, por mais que satisfaça o desejo de justiça clamado pela sociedade, traz de arrasto na outra ponta – a que não se vê ou não se quer enxergar – mais violência.
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