Sequer tinha banhistas no início da manhã desta quinta-feira (30), mas funcionários de quiosques à beira-mar já espalhavam mesas e cadeiras ao longo da areia da praia de Imbé, um anúncio de que o dia será movimentado.
O céu é azul, com poucas nuvens, e o mar, como tem sido nos últimos dias no Litoral Norte, limpo, de cor esverdeada. O vento e a temperatura amena são um alívio para quem vem de lugares mais abafados do Estado, como Roselaine Rosado, 62 anos, e Liliane Delgado, 64. As irmãs vêm de Alegrete, na Fronteira Oeste, onde, segundo elas, chega a fazer 42ºC.
É a primeira vez que Roselaine e Liliane colocam os pés na areia desde que surgiu a pandemia. No verão passado, quando ainda não havia vacinas disponíveis no Brasil, passaram calor dentro de casa. Agora, imunizadas, inclusive com a terceira dose, resolveram ficar de frente pro mar.
- Na pandemia, não saímos. Depois da dose de reforço, decidimos vir - diz Liliane.
As irmãs chegaram no dia 26, logo após o Natal, e vão ficar até 1ª de março - uma estadia longa, que é pra compensar a temporada em que ficaram isoladas.
Nara Rodriguez da Silva Vieira, 54, também veio fugida do calor de Santa Maria, na Região Central, onde os termômetros no verão chegam fácil a 38ºC. Caminhava na beira do mar de Imbé, molhando os pés na água, para aproveitar a tranquilidade das primeiras horas da manhã.
- Muito bom, calmo, vento maravilhoso. Bem diferente do calor que tá em Santa Maria, terrível!
Vacinada com as duas doses, Nara pôde reunir os parentes em uma casa no litoral depois de um ano em que comemoram distantes o Natal e o Ano-Novo. Garante que, juntos em Imbé, ninguém se arrisca além do necessário.
- Nosso pessoal é tudo de meia-idade, então não vamos pra balada. Vamos, no máximo, dar uma volta, tomar sorvete. O importante é ficar com a família - diz.