O primeiro contato com um dos paisagistas mais prestigiados dos Estados Unidos, cuja assinatura está nos mais belos jardins dos Hamptons, bairro dos sonhos de Nova York, onde os multimilionários americanos constróem suas mansões, foi tenso. Por uma distração, julguei estar ligando às 11h50min, horário americano, 9h50min, horário de Porto Alegre. Engano. Estava era ligando às 7h50min da madrugada. Frederico Azevedo mal falou comigo. Pediu que eu retornasse no horário combinado e desligou. Sua voz não era de sono, pelo contrário. Estava agitado. Estaria na academia, ou tomando café da manhã, ou saindo de casa, ou chegando no trabalho, pensei.
Algumas horas mais tarde, quando finalmente engatamos a entrevista por telefone, fico sabendo, mediante um desnecessário pedido de desculpas do meu gentil interlocutor, que estava tão enganada nas minhas suposições sobre suas atividades matinais quanto estive no cálculo do fuso horário. Àquela hora da manhã, ele já estava no meio de uma acalorada reunião com clientes e fornecedores.
Frederico Azevedo, 51 anos, é bem assim. Acorda às 5h30min, uma hora depois já está em seu escritório, nos Hamptons. Trabalha cerca de 15 horas por dia e não chega em casa antes das 20h, 21h. Sim, ele adora trabalhar, mas não faz somente isso da vida. Também aprecia a companhia dos amigos e especialmente dos dois filhos para programas como viagens, cinema, teatro, passeios ao ar livre.
Nasceu em Porto Alegre, em uma casa cercada de árvores e muito espaço para treinar suas experimentações no jardim, no bairro Três Figueiras. Na casa de praia da família, em Atlântida, adivinha quem era o jardineiro? Quis ser paisagista desde sempre. O sonho o levou para estudar na Europa e nos Estados Unidos. Um dos mentores foi o sujeito que, durante anos, assinou o design do Chelsea Physics Garden e do Jardim do Parlamento Inglês, ambos em Londres.
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