O governador Eduardo Leite conquistou uma consistente visibilidade nacional. Seu estilo ponderado, aliado à juventude, compõe uma receita com poder magnético sobre a mídia do centro do país. Agora, com a pandemia, Leite não pode mais viajar tanto a Brasília, Rio e São Paulo, como fazia até que o corona impusesse restrições aos deslocamentos.
Mesmo assim, o governador gaúcho se mantém ativo nos debates centrais do país. Seu plano de distanciamento social, amparado por uma sistemática de pesquisas lideradas pela UFPel e adotado como modelo em outros lugares, é um cartão de visita singular e relevante. Mas agora, diante de polarização do debate, outros atores mais estridentes passaram a ocupar o centro do palco. O também tucano e governador de SP João Doria é um deles.
Em termos relativos, Leite perdeu espaço nesse momento. O que é bom para ele. Há os que, no futuro, estarão vinculados ao problema. Outros, à solução. Com cenários tão dinâmicos e imprevisíveis, a eleição de 2022 se coloca a uma eternidade de distância. Mas é para lá que os políticos olham.
Se as mortes por covid-19 no RS não dispararem, Leite poderá se apresentar, lá na frente, como alternativa à radicalização e à gritaria. Por isso, agora, cada palavra não dita é uma declaração contundente.