É como se houvesse uma Pelotas grisalha dentro de Porto Alegre. A capital dos gaúchos tem hoje cerca de 330 mil habitantes com 60 anos ou mais. Os dados são resultado do cruzamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada no final do ano passado, com estatísticas do IBGE.
– Os movimentos demográficos que sinalizavam mudanças no perfil dos consumidores do Estado e da Capital no médio prazo atropelaram os planos de muitas empresas e já impactam os negócios, comunicação, design e serviços no curtíssimo prazo – avalia Martin Henkel, da consultoria SeniorLab, responsável pelo estudo, divulgado agora.
Os efeitos dessa transformação atingem todos os aspectos da vida em sociedade – da prestação de serviços públicos ao entretenimento, passando pelo varejo, saúde, mobilidade, educação e emprego. E a tendência é de que a fatia dessa faixa etária fique cada vez maior nos próximos anos. A surpresa aumenta quando comparamos com o número de crianças e jovens com idades entre 0 e 17 anos. De acordo com a SeniorLab, eles correspondem a 18% da população porto-alegrense – 270 mil indivíduos, 60 mil a menos do que na faixa onde estão seus pais, tios e avós.