
Não chega a ser surpreendente o resultado da apuração do jornalista Paulo Egidio, mostrando que 17 dos 31 deputados gaúchos subscreveram o pedido de votação em regime de urgência do projeto que concede anistia aos condenados pelos atos violentos de 8 de janeiro de 2023. A reportagem retrata o conceito de prioridade da maioria da bancada gaúcha. Prioridade não é discutir propostas que afetam a vida do eleitor em geral, mas livrar a cara de quem depredou prédios públicos em um delírio coletivo que tinha por objetivo criar as condições para um golpe de Estado.
Os 17 são alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que vislumbra no projeto de anistia uma saída para se livrar da cadeia caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por liderar, ao lado do general Braga Netto, a fracassada tentativa de golpe. Assinar o requerimento para votação em regime de urgência não quer dizer que todos os 17 votarão a favor da anistia — pode ser que algum adoeça no dia da votação para não se comprometer.
É sintomático que uma bancada tantas vezes omissa em temas de interesse da população do Rio Grande do Sul se empenhe tanto em garantir impunidade para quem defecou no prédio do Supremo Tribunal Federal, quebrou vidros, destruiu obras de arte e vandalizou a Praça dos Três Poderes naquele domingo de triste memória.
Paulo Egidio listou os 17, mas convém repetir aqui para que os eleitores saibam quem são os já comprometidos com a votação dessa anistia fora de hora, que afronta a democracia e reforça a ideia de que o Brasil é o país da impunidade. São eles eles e elas, em ordem alfabética:
- Afonso Hamm (PP)
- Alceu Moreira (MDB)
- Any Ortiz (Cidadania)
- Bibo Nunes (PL)
- Covatti Filho (PP)
- Daniel Trzeciak (PSDB)
- Franciane Bayer (Republicanos)
- Giovani Cherini (PL)
- Lucas Redecker (PSDB)
- Luciano Zucco (PL)
- Marcel van Hattem (Novo)
- Marcelo Moraes (PL)
- Mauricio Marcon (Podemos)
- Osmar Terra (MDB)
- Pedro Westphalen (PP)
- Ronaldo Nogueira (Republicanos)
- Ubiratan Sanderson (PL)