
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Faltando cerca de um ano e meio para as próximas eleições, o momento é de conversas iniciais para posicionamento dos partidos e seus postulantes no cenário. Esse foi o tema de encontro nesta segunda-feira (14) entre o presidente do Progressistas no RS, deputado Covatti Filho, e o colega de plenário Luciano Zucco (PL-RS), um dos pré-candidatos ao Piratini em 2026.
Foi Zucco quem provocou a reunião, com a proposta de fortalecer os laços entre os partidos. A ideia do liberal é articular uma frente ampla de representantes da direita, que una, além de PP e PL, o Republicanos e o União Brasil.
— Estamos conversando há um bom tempo, fizemos uma construção de diálogo franco para montarmos um grupo fortalecido e unido. PP e PL têm alinhamento nacional, seria muito positivo ter no Estado também. PP é um partido de direita, apoiou Bolsonaro, são alinhamento naturais. Existe possibilidade de construção conjunta — projeta Zucco.
O deputado do PL confirma que é o candidato do partido para a disputa majoritária, mas falta definir se disputará o Senado ou o governo do Estado — a decisão deve ocorrer até o final do ano. Mesmo assim, Zucco admite que o foco atual é na construção de uma união da direita, e não em torno de nomes.
— Agora é momento apenas de diálogo, de alinhamento ideológico. Estamos conjecturando possibilidades. Falei tanto para o Covatti quanto para o Carlos Gomes (presidente do Republicanos no RS) que ninguém é candidato de si mesmo. Temos que trabalhar como grupo, vamos levantar as possibilidades e montar um grupo forte. A construção dessa ampla frente de direita é a intenção do momento.
Tamanha é a vontade de Zucco de estar aliado ao PP em 2026 que o deputado já tem encontros marcados com o presidente de honra do partido, Celso Bernardi, e com o ex-governador Jair Soares — a quem Zucco se referiu como "o último governador verdadeiramente de direita".
Indefinições nos aliados
Assim como o PP, o Republicanos integra a base do governo de Eduardo Leite, que já indicou que o vice Gabriel Souza (MDB) será o candidato da sucessão. No início do mês, Carlos Gomes despistou sobre o futuro do Republicanos na eleição, afirmando que não há, no momento, nenhuma candidatura consolidada — nem de Zucco nem de Gabriel.
Já o União Brasil está em discussões internas com o PP para uma federação. A adesão nacional entre os partidos, que no final parecia selada, passa por impasses que podem melar o acordo. Os principais entraves giram em torno dos comandos estaduais.
O presidente estadual do União, deputado Luiz Carlos Busato, disse a Zero Hora que pretendia estabelecer condições para seguir no partido caso a fusão se concretizasse. Busato quer restrição para o ingresso de parlamentares vindos de outras siglas com potencial para fazer mais de 100 mil votos — um dos principais nomes ventilados no PP é o da deputada Any Ortiz (Cidadania), cotada para a disputa do Piratini.
— Não posso ficar em uma federação em que eu saiba que não vou me eleger. Vou sentar com o Covatti e vamos estabelecer essas regras. Se tudo der certo, seguimos em frente. Se não chegarmos a um acordo, vou procurar outro partido.