Pablo Marçal está de volta à ribalta, depois de tumultuar a eleição para prefeito de São Paulo e ficar fora do segundo turno por um triz. Ele terminou a disputa em terceiro lugar, com 28,14% dos votos válidos, atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e do reeleito Ricardo Nunes (MDB).
Nesta quarta-feira (8), Marçal confirmou em nota que é pré-candidato a presidente da República em 2026. A estratégia dele e dos dirigentes do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) é mudar o nome da sigla para simplesmente “Brasileiro”.
"Serei candidato a presidente pelo PRTB em 2026. O empreendedorismo é a chave para libertar o nosso povo e fomentar o desenvolvimento econômico", diz um trecho da nota.
É improvável que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceite o pedido do PRTB para se chamar Brasileiro. Existe um precedente recente, que foi o pedido do Partido da Mulher Brasileira (aquele que só tinha homens na direção) para mudar o nome para "Brasil". O TSE negou com o argumento de que um partido não pode usar nome que confunda os eleitores, o que seria o caso de Brasil. À palavra “brasileiro” aplica-se o mesmo princípio. Passaria a ideia de que só ele é brasileiro. Os partidos podem usar Brasil ou brasileiro no nome, desde que venha acompanhado de outras palavras.
Até a eleição, no entanto, Marçal poderá estar inelegível. Ele enfrenta ações que podem levar ao impedimento de sua candidatura. Em novembro de 2024, Marçal foi indiciado pela Polícia Federal pelo crime de uso de documento falso. Ele apresentou um laudo falsificado contra o adversário Boulos na antevéspera do primeiro turno, em 4 de outubro.
Em outro trecho, a nota menciona que está sendo considerada uma "dobradinha" entre Pablo Marçal e o cantor Gusttavo Lima, "o que reforçaria ainda mais a imagem do partido". Há poucos dias, o cantor anunciou que pretende entrar na política e admitiu concorrer a presidente.
Além de Lima e Marçal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já declarou que será o candidato da direita à Presidência da República em 2026 — apesar de inelegível.
Aliás, apoiador de Bolsonaro na última eleição, o anúncio de Gusttavo Lima pegou o ex-presidente de surpresa. Aliados de Bolsonaro acreditam que o movimento do cantor seja um "um balão de ensaio casado" com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que também tem pretensões presidenciais e de quem o cantor é muito amigo. Mais adiante, Gusttavo Lima declararia apoio a Caiado.